quinta-feira, 16 de maio de 2013

NIMBIN TOUR

31 de Março, domingo de páscoa, vigésimo dia de Austrália. Foi também o dia que escolhi para fazer aquele passeio para Nimbin, que havia ganho no trivia do Hostel. Acordei cedo para me preparar e logo depois a Nina - finlandesa do colchão de baixo - também despertou. Com um cara. Poxa... longe de mim ser puritano, mas na boa (sei que isso vai parecer dor de cotovelo), nos quartos compartilhados não se pode levar nego de outro quarto (ainda que seja do mesmo hostel, mas se pá nem isso o cara era) pra dormir lá, né? Mas paciência... fui esperar pelo ônibus na recepção.



Como eu havia dito num post passado, Nimbin é uma espécie de "capital da maconha" na Austrália. O motorista do ônibus da excursão é meio doidão e ao mesmo tempo bonachão... disse que beber a bordo é liberado, põe até um isopor cheio de gelo no corredor, explica mais ou menos como é o tour, e já pergunta quantos veggies há na excursão pra pensar futuramente o BBQ (incluso no pacote). A trilha sonora é muito boa, meio setentista psicodélica. O motorista até oferece pra vender, hehe. Enfim... no primeiro pitstop (banheiro e comida/bebidas) fiz amizade com uma patotinha de neozelandeses. Um deles era carpinteiro... tudo "molecada". Uma outra loira (com cara de européia) teve dificuldades em abrir sua long neck e eu, gentilmente, me oferecei para usar meu anel. Foi legal... virei o "abridor oficial" de garrafas no busão, hehe. 


Há uma primeira parada turística na própria cidade em si: NIMBIN. Mal descemos do ônibus e já apareceu um carinha oferecendo "weed products". Na boa? Não tem nada de muito interessante por lá... algumas lojinhas de souvenirs, cares/cafés vendendo produtos à base de "hemp" (e eu me pergunto, será permitido? Ou há alguns tipos de usos de substâncias especialmente autorizados? Enfim... a atmosfera toda é meio psicodélica, hippie... tem até uma feirinha (geuninamente) hippie. Numa das lojas que entrei tava rolando funk carioca, um horror. Como sou careta, quis voltar um pouco mais cedo pro ônibus e aí encontrei uma galerinha comendo num bar... 2 belgas, 1 escocês e 1 alemã que trabalha com eventos. Todo mundo gente boa. 




A segunda parada turística acontece num bosque com lago e churrasqueira... para o almoço. Pelo caminho havia providenciado um six pack estupidamente gelado. O gozado do "churras no bosque" é que o motorista é meio preguiçoso... pede pras meninas picarem um monte de vegetais - que se transforma em salada - enquanto frita 2 salsichas e 2 hamburgers para cada pessoa carnívora, e 2 hamburgers veggies para cada pessoa vegetariana. Pra minha sorte, cobraram hamburgers, então consegui alguns de bonus, hehe



Da parada do almoço o passeio segue em meio à "rain forest", que, por sinal, fez jus ao nome... foi quando pegamos uma chuvinha chata pra KCT. A estrada lembra novamente um pouco Amalfi... não pela paisagem, totalmente diferente, mas pelas curvas e sinuosidades, além de ser tão estreita que eu até cheguei a pensar que fosse de mão única... mas verdade era dupla. Num determinado momento há a terceira parada turística... da tal "waterfall". Eu crente que era uma parada pra galera nadar e etc... que nada! 5 minutinhos escassos pra galera ir até um mirante tirar foto da cachoeira distante e voltar pro busão... muito fraco.


E o passeio é isso. Bem fraquinho... BEM fraco MESMO. Não recomendo. Se ganhar de graça, como foi o meu caso, pode até valer a pena... pra relaxar, tomar umas brejas, conhecer uma cidade (que se restringe a uma mini avenida) e conhecer uns viajantes... ou, no máximo, fumar maconha, se você for um moleque que ache isso diferente, etc... e só. Mais nada.

A chuva do caminho permaneceu quando eu cheguei ao hostel. Conheci duas novas roomates muito gente boa... as suecas Lyn (futura policial) e Molyn. Mais tarde a chuva parou, mas o tal Cheeky Monkey´s (o tour de Nimbin dá um voucher de jantar para lá) estava fechado, e minha panturrilha ainda doendo depois de 3 dias de festival. Não teve jeito... domingo de bode, fui dormir.

01 de Março - Dia Extra em Byron Bay. Não cheguei a falar antes, mas o grande Guto coincidentemente havia sido designado para passar 3 dias em Brisbane a trabalho, chegando no dia 02, um dia depois do que eu havia programado para a mesma cidade. Como as despesas  com acomodações são todas pagas, ele generosamente me convidou para ficar no aparthotel NA FAIXA. Nem pensei duas vezes... estendi em um dia minha acomodação no hostel, adiei minha passagem para o dia seguinte, e ganhei este dia extra em Byron, perfeito também pelo fato de eu ter ganhado a excursão de Nimbin.

Pois bem... segunda-feira pra não fazer NADA. Caminhei pela Johnson Street, vi as lojinhas, descobri um hostel chamado "Aquarius" melhor localizado que o Arts Factory Lodge (e com tarifas de AU$ 50 para o dia, último do Bluesfest, depois voltando ao normal, AU$ 32), peguei uma praia e depois voltei pro hostel - devidamente acompanhado de uma sixpack de Bintang - pra pegar um tal de "workshop de didgeridoo" que aconteceria no pátio externo.


Que workshop que nada... o tempo passou e tomamos tomei um cano enquanto matava o sixpack, mas fui devidamente recompensado logo em seguida: vislumbrei - e, a pedidos, fotografei - uma sessão de "tatuagem" de hennas: de Linsey nas belíssimas Jasmine e Julia.


Enquanto matava as brejas apreciando a natureza eo movimento, tive um pensamento interessante ao observar tantas pessoas mexendo sozinhas em seus iPads e net/notebooks. Comecei a me perguntar: o que estariam fazendo? Passando o tempo, ou trabalhando? Será que algum deles estava, por exemplo, operando na bolsa enquanto viajava por Byron Bay? Taí... até que seria um trabalho PERFEITO! De dia operar trades no mercado financeiro de qualquer parte do mundo (claro, desde que o fuso fosse alinhado ao pregão) de forma a pagar as contas das viagens, de noite curtir uma balada... seria um trabalho PERFEITO para um mochileiro, hehe. Stock Market + Backpacking.


Ainda dei as boas vindas para a recém-chegada alemã Vanessa antes de curtir a piscina, passar umas roupas, observar morcegos voando... perae, MORCEGOS? Anoiteceu e nem me dei conta... hora de me arrumar pra pegar a balada de despedida (e o jantar na faixa) de Byron Bay no Cheeky Monkey´s!

Não lembro a que horas cheguei no pico... mas ainda estava no comecinho. Parecia um pouco bares dos EUA... pra ir "esquentando", um carinha lá no microfone fazendo uma espécie de quiz que distribuía vales brejas para quem corresse lá na frente e respondesse corretamente qualquer pergunta que o cara fizesse. Acabei ganhando 3. Uma pergunta fácil, qual era a capital da Bavária... e a grande pergunta final valendo 2 brejas: com que idade morreu uma mulher lá que eu nem fazia idéia de quem era. Explico: a galera foi respondendo e ele dava a dica... "mais" ou "menos". Moleza... um moleque respondeu "64", e o cara "menos", aí uma mina respondeu "62", e o cara "mais". Não entendi por quê ninguém correu lá na frente logo em seguida... aí fúi caminhando e respondi (obviamente) 63.


Depois o "esquenta" deu prêmios melhores em 2 competições... a primeira foi o marshmallow, em que ganhava a pessoa que enfiasse mais marshmallows na boca. Uma mina venceu... com 20 ou 30 marshmallows, nem lembro, hehe. A segunda foi mais legal e valeu um BELO prêmio de scuba diving: a velha brincadeira do "pass the hat", uma espécie de "dança das cadeiras" com sombreros mexicanos. Tomei minhas brejas, comi meu jantar, curti um pouco a balada - que BOMBA (de molecada, óbvio) mais tarde - e é isso aí! Next stop: BRISVEGAS!

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