quarta-feira, 15 de maio de 2013

BLUESFEST 2013 - Byron Bay - 2nd DAY

29 de Março. Acordei cedo e me surpreendi com uma novidade BIZARRA do Arts Factory Lodge: "Due to public holidays there is NO Bus service today!" Isso mesmo... um HOSTEL que NÃO trabalha 100% em feriados (embora praticamente DOBRE a tarifa). Piada. Até porque, na mesma recepção, havia um folheto oferecendo serviço de traslado ao festival a AU$ 10. hum...



Tendo chegado cedo ao festival, caminhei seguindo algumas pessoas à minha frente e, estranhamente, entramos por um portão que não fazia revista alguma... achei estranho. Guiado pelo som, fui presenteado com o soundcheck da famosa banda australiana Leonardo´s Bride. No próximo post, explicarei a melhor por quê isso aconteceu, hehe


O folheto da programação do festival é o melhor que eu já vi. Consegue resumir em 1 folha A4 a programação inteira em "timeline" dos 6 palcos pelos 5 dias, facilita bastante a árdua tarefa de se revezar entre tantas boas atrações. Além disso, um programa completo - e gratuito - é distribuído com sinopses de cada um dos artistas, o que também ajuda MUITO.

1) Hat Fitz & Cara Robinson - Me guiei pela descrição do programa do festival e gostei MUITO. Na tenda Cavanbah, fizeram um show intimista. A dupla - na verdade, um casal - é MUITO boa. Ambos cantam e tocam muito bem: ele, violões e instrumentos de cordas, ela, bateria, instrumentos (algunz bizarros) de percussão e flauta. O show acontece de forma descontraída com muitas intervenções a la "Story Tellers" entre as músicas, incluindo algumas piadinhas conjugais. Recomendo que pesquisem e escutem o som deles.


2) Leonardo´s Bride - Depois de pegar o comecinho do show da Ruthie Foster no palco Crossroads (também guiado pelo programa), fiquei indeciso por causa da soundheck que havia presenciado e acabei trocando pelo MOJO - Leonardo´s Bride. Indecisões são comuns nesses festivais em que ótimos artistas dividem o mesmo horário na grade. Pelo que falaram, seria um show de reunião da banda, e, também, o último deles juntos. O som é legal. A deliciosa vocalista Abby Dobson lembra um pouco, às vezes, a forma de cantar de Gwen Stefani.


3) Ruthie Foster - Graças a Deus a pontualidade australiana não é idêntica à britânica, então consegui pegar um belo pedaço do show da Ruthie. O ponto alto, para mim, foi o "tributo" a Bob Marley. Aliás, Jason Mraz já havia tocado Three Little Birds no dia anterior... e vocês verão, mais adiante, que outros artistas também se lembraram do reggaeman.  A (ou seria "o"?) baterista até tocou com uma camiseta dele... e a baisita parecia a Whoopy Goldberg.


4) Taj Mahal Trio - PURO blues. Muito bem resolvido com um TRIO! Sem palavras. O cara é o BLUES (e parte de sua História) em pessoa.


PS: o clima estava um pouco nublado e, durante o show, choveu BASTANTE! Graças a Deus a tenda é ótima e nem senti... mas deu pra perceber que iria "muvucar" um pouco as partes cobertas por causa disso.

5) Ben Harper SOLO - Esse show eu vi da grade, pois desde a Ruthie eu estava no Crossroads. O cara é mesmo MUITO fera e versátil. Seu show "solo" é LITERALMENTE solo. Somente ELE no palco, revezando entre violões, slide guitar, piano... MUITO Blues, mas também alguns sons mais pop. Os pontos altos foram Aleluia, Burn One Down e Diamonds On the Inside.



6) Jimmy Cliff -  O cara é uma LENDA. Sempre quis assistir a um show seu e, felizmente, consegui, em plena forma, mesmo aos 64 anos. Ele ESBANJA saúde no palco, serelepe, MEGA performance!! Fiquei surpreso com tamanha energia. Pula, dança, caminha, 100% simpatia! Aliás, o reggae dele é um pouco diferente... 101% pra CIMA, dançante, animado. O primeiro ponto alto foi com "Wild World". No final o cara ainda embalada 3 grandes sucesso pra encerrar o show, logo após reencenar trecho clássico do filme homônimo: The Harder They Come, I Can See Clearly, Reggae Night.


Depois do show do Jimmy a chuva deu uma apertadinha e, já que o meu próximo show de interesse era no palco Crossroads, aproveitei para experimentar uma porção de "DIM SIM" numa tenda chinesa.

7) Rodriguez - Fiquei sabendo do Sugar Man graças ao guia do "I´m Free Tours" em Sydney. Ele havia me contado, brevemente, sobre o documentário que havia ganhado o último Oscar, e sua história, de artista que não estourou nos EUA mas cujo álbum cruzou o oceano de forma desconhecida à África do Sul, onde se tornou trilha sonora da luta contra o Apartheid embalando toda a juventude da época e atribuindo a ele caráter de ídolo misterioso. O som é muito bom, lembra bastante Bob Dylan, que por sinal foi homenageado com performance de "Like a Rolling Stone". Outro ponto alto foi justamente "Sugar Man". O cara é muito simpático aos 70 anos, fazendo pequenas piadinhas e respondendo aos histéricos "I Love youuuuu" com algo como "I know it´s the drinks, but I love you back". Destaque para o trompetista, muito bom e bem encaixado nos arranjos das músicas.


8) SANTANA - Saí correndo ainda no finziiiiinho do show do Rodriguez pra cruzar do Crossroads ao Mojo a tempo de pegar o show do Santana. IRADO. Começa com TUDO, rock com balanço latino, SONZEIRA! No começo os destaques foram Black Magic Woman e Oye Como Va, antes de embalar as canções de Supernatural, álbum clássico que renovou a já excelente e bem sucedida carreira de Santana  colocando-o novamente no mainstream com grandes hits: Maria Maria e Smooth. Até o momento era sem dúvidas o melhor show que eu tinha assistido. Agitou a galera, que dançou e tudo o mais... Evil Ways  é outro ponto alto... só me pergunto o seguinte: é necessário um solo de bateria, sendo que a grade de um festival restringe um pouco a duração do show? Eu preferiria que tocassem um hit a mais. Mas tudo bem. Show NOTA 10! Quando (se) vier ao Brasil, irei com certeza.


9) Manu Chao - De novo fui beneficiado por um pequeno atraso e consegui pegar o show desde o começo.  Chama a atenção. Foi sem dúvidas o show que mais agitou a galera. Manu Chao é sucesso de crítica e cria novos sons, arranjos, timbres, misturas, fiquei muito curioso para ver ao vivo. Os arranjos são mais simplificados e totalmente diferentes das gravações... bateria, baixo, guitarra, ele no violão e voz. No começo empolga muito, toca 3 ritmos diferentes na MESMA música. Mas isso começa a se repetir. TOda música foi assim. Observei o público e tinha bem menos gente mais velha (que é maioria visível no festival). Muito jovem e muita gente fumando maconha... talvez a vibe fosse mais pela "festa" e menos pela "música. Saí um pouco antes do fim pra tentar pegar algum pedaço do show da Tedeschi Trucks Band... rm meio à lama que já tomava conta do espaço fora das tendas.


10) Tedeschi Trucks Band - Ah, se eu conhecesse... não teria arredado pé do Mojo Stage. Mas consegui pegar uns 10 minutos de show... e a última música, "I Want To Take You Higher", devidamente publicada no youtube. A banda toda é MUITO foda. Da metaleira aos vocais de apoio... TUDO! Jazz de primeiríssima qualidade. Sem palavras. Assista ao vídeo - http://www.youtube.com/watch?v=zlYpo1jPc80


Talvez pela programação ser maior, tive a impressão de que havia mais gente... pelo menos a fila do ônibus estava visivelmente maior do que no dia anterior. Tive que apelar... não ficaria esperando mais de meia hora de pé... sinto muito, queridos brasileiros... mas furei um pouquiiiiiinho a fila e, graças a isso, cheguei novamente à 1:20am em Byron Bay. Pra minha sorte, o motorista da noite estava desavisado quato ao "NO BUS SERVICE", e estava lá na linha do trem... que bom, pois pegamos uma garoinha chata pelo caminho.

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