quinta-feira, 28 de julho de 2011

Day Off e Fremont - 6th Day

06 de Julho. Quarta-feira... DE CINZAS!

Talvez não por acaso... foi o único dia para o qual não comprei ingresso de nada! Cheguei a me interessar pelo "Phantom" do Venetian, maaaas... cá entre nós, pra ter DUAS sessões diárias... a duração provavelmente seria algo em torno de 90 minutos. Pra quem já teve a honra de ver o musical mais legal de Andrew Lloyd Webber em San Francisco e no Majesty´s Theatre de Londres, encarar uma "versão abreviada" não rolaria. Pode ser preconceituoso da minha parte, no entanto... O Fantasma da Ópera tem que durar 3 horas com intervalo no meio. E algo me dizia que o do Venetian é um pouco diferente disso. Já o tal do Le Rêve, produzido por ninguém menos que Franco Dragone (Cirque du Soleil), apresentando no Wynn... tinha preços pra lá de salgados... nem me animei pra ir na Box Office pedir desconto. Enfim... seria bom pegar a quarta-feira para "andar meio sem rumo" e sem "horários marcados" para me regular.

Foi o que fiz: tentei "desbravar" um pouco mais a cidade além da Boulevard. Primeiro destino: academia do Wand. Pelo mapa... MOLEZA! Só pegar a rua do Monte Carlo e cruzar a Freeway. CRUZAR A FREEWAY???? Isso é IMPOSSÍVEL quando se é um PEDESTRE! Tive q andar PRA KCT! Mas foi legal... caminhada "por trás" dos cassinos. Se a Boulevard é um grande "cenário em escala urbana", eu passei por detrás da cortina, pelos bastidores. Las Vegas sem maquiagem... valeu a pena! Até uma rua com o nome "Deliveries Only" eu encontrei!!! Mas, em tempo... devo registrar o momento NOSTALGIA do dia, que seu ANTES de toda a via crúcis rumo à academia do WAND... CONSEGUI "invadir" a piscina do Luxor, hehe! 13 anos depois... EU TAVA LÁ!!!



Alguns longos minutos depois finalmente cheguei à Academia do WAND! A idéia era conhecê-la e tentar encontrá-lo, para trocar uma idéia e mandar uma vibração boa, uma motivação 4 dias depois da fatídica luta. Infelizmente, ele não estava lá. Uma pena... aliás, ninguém que falasse português... rs... valeu a pena. A academia é grande e completa... aparelhos de musculação, octagon, tatame, "lojinha"... o WAND tá de parabéns!!! Se eu morasse em Vegas, certamente treinaria lá... nem que fosse só pelo cardio e hipertrofia!



De lá dava pra ir a pé até o RIO... e foi para onde segui... o primeiro dos cassinos um pouquiiiiinho mais afastados da Boulevard. Pelo caminho... algo curioso... uma tal de "Vegas Stripper University". hehehe... lá o negócio é PROFISSÃO, mesmo... até com CURSO SUPERIOR! É tão profissa a parada que a mulherada tem "Diploma de Stripper", kkkkkk... mas então... cheguei ao Rio e fiz mais uma "blitz" visitando todo o cassino, lojas, cafés, etc... até que, num salãozão um pouco mais afastado... me deparei com nada menos do que o "2011 World Series Of Poker"! AMAZING!!! AWESOME!!! O evento é aberto a todo mundo que queira assistir... e, claro, gastei alguns minutinhos na sala que tinha MAIS DE DUZENTAS E CINQUENTA mesas com competidores. Coisa de louco! E a "trilha sonora"??? Barulhinhos de fichas, fichas, fichas... ô povo que adora brincar com elas entre os dedos!






Por ser um pouco afastado, o Rio oferece aos seus hóspedes (e acho que também aos clientes em geral) Shuttle FREE até a Boulevard... e antes que eu pudesse pensar em dar uma esticadinha ao Palms, que er alé perto, resolvi mesmo pegar um Shuttle que me deixou no Bally´s. De lá segui pro Bellagio, para terminar a de visitá-lo por inteiro, como havia iniciado no dia anterior. Apesar de muito luxuoso e com as "tendinhas" em cima das mesas, a área de restaurantes, cafés e lojas não é tão grande. Talvez por isso, as lojas são poucas, de marcas famosas e caras. Dior, Giorgio Armani, Tiffany, Louis Vuitton, Prada, Gucci são algumas das vitrines mais chamativas da "Via Bellagio".




Logo ao lado fica o Caesars, cujo cassino eu já tinha revisitado inúmeras vezes. Queria mesmo era rever com calma as tais "Forum Shops", afinal... minha lembrança de 1998 era de serem grandes e luxuosas. Se quando revisitei o Luxor e o Excalibur eu havia tido a sensação de que "quando somos mais novos tudo parece maior", com o Caesars isso não aconteceu. De fato a área das "Forum Shops" é bem extensa... e com outras tantas grifes e marcas e vitrines voluptuosas. Em meio a elas, no entanto, se destaca a mais "popular" H&M, com nada menos que três andares. Se não me engano... ocupa o lugar de um antiga loja de brinquedos, que, acho, já foi uma das maiores do mundo.





Já o céu azul e as ruas/casas "estilizadas" não impressionam tanto quanto antes... Paris e Venetian trataram de seguir o mesmo modelinho e, infelizmente, confesso... perdeu um pouco a graça. Além disso, de 1998 pra cá tive a honra de ir 4 vezes pra Europa. Depois que se conhece "o original", a caricatura perde um pouco o encanto. Mas ainda assim dá pra entrar na viagem. O tal espelho d´água com pé direito triplo e escadas rolantes em espiral sempre serão de tirar o fôlego. Agora... arquiteto CHATO que sou, ver colunas sendo "cortadas" por lajes são gafes construtivas... tudo bem, a gente sabe que é de "mentirinha", de "brincadeira", mas... preste atenção... até mesmo visualmente fica estranho. Fazer o quê??





Pois bem... depois de visitar dois dos mais luxuosos cassinos... aproveitei a "noite sem shows" do dia do "desbravamento" e resolvi dar um pulinho (com sorte de receber "for free" de um casal generoso tickets que não iriam mais usar pro busão com quase as 2hs totais) na Fremont. Foi lá que surgiram os primeiros cassinos e que Las Vegas realmente começou... antes de o Flamingo inaugurar a Boulevard e, com o tempo, levar com ele outros tantos cassinos/resorts. DOWNTOWN... visitei. Também me lembrava da tal "Fremont Experience"... já existia em 1998... uma espécie de "show visual-luminoso" na cobertura da avenida. E valeu a pena! Resumo da ópera... a tal da Fremont é uma espécie de "Passarela do Álcool"... um "calçadão movimentado" bem mais "popular" (no sentido de opulência, preços, tipos de lojas, cafés, etc...) do que a Boulevard, em geral... com os hotéis/cassinos mais antiguinhos... daqueles sem granes halls de entrada, mas com entrada já "pé na avenida"... mais ou menos nos moldes de um Casino Royale, ou mesmo o "irlandês" O´Sheas. Os mais ilustres pareciam ser os da esquina com a S. Casino Blvd: Fremont Casino, 4 Queens, Fitzgerald´s e, claro, na esquina seguinte, o mais famoso, Golden Nugget, junto com um tal de "Binion´s". Em poucos minutos começou uma apresentação na cobertura... o tema? QUEEN! Uma espécie de "colagem de retalhos" visuais... ao som de We Will Rock You e We Are The Champions. Legal! E a novidade em relação a 1998 eram umas cordas pelas quais rolava um "teleférico humano", ou coisa que o valha... aberto ao público, algo como US$ 15.00 por "viagem". Depois da tal apresentação, uns 2 ou 3 palcos em pontos diferentes da Fremont traziam bandas com música ao vivo. É... nem se compara ao luxo da Boulevard... mas é interessante visitar... algo mais diferente além de, no meu caso, nostálgico.

  



Satisfeito com a noite diferente e, talvez ainda sob efeitos da "desilusão" do dia anterior, nem me animei em me arrumar para sair pra algum nightclub... lembrem que eu havia saído do hotel ainda de manhã, caminhado pra KCT e já era mais de meia-noite. Descanso merecido para aproveitar bem a quinta-feira... dia de "O" e ÚLTIMA NOITE na Sin City!

Escrito em Miami, postado em Sampa

Las Vegas after Kà

Uma pequena desilusão. Eis o sentimento em plena terça-feira, meio de semana, em Vegas, justamente depois de presenciar o que foi talvez o ápice do nosso "Hangover III", Kà.

Talvez a maior importância de passar UMA SEMANA INTEIRA em Las Vegas, para mim, foi essa: conhecer melhor a cidade... o que há por trás da farra dos finais de semana. Até onde a cidade é artificial, até onde é real?


A ressaca do feriado de 04 de Julho é meio braba. Apesar do teatro lotado pro Kà em ambas as sessões... na rua o movimento já não era o mesmo. BRUTAL a diferença. (veja os bares/restaurantes do Bellagio vazios, nas fotos acima). Caminhei até o Aria... em tempo de TENTAR finalmente aproveitar um dos meus VIPzinhos da tal da HAZE!!! E... e... FECHADA. Isso mesmo. A balada que sempre bombava com filas extensas estava DESERTA.


Se a Haze estava fechada, nem valeria a pena perder tempo "batendo em outras portas", certo? Então resolvi passar a noite fazendo o que mais gosto em Vegas... "pulando de galho em galho"... entrando e saindo de cassinos, encontrando gente, conversando e rindo e... bem, "what happens in Vegas, stays in Vegas". Ah, e antes que eu me esqueça... o "baixo movimento" tem reflexo também nas vendas dos tickets para o Cirque (hehe, vira e mexe eu sempre abordo esse tema). É de CHORAR quando vc passa em frente à Box Office do New York New York e se depara com uma promoção que lhe dá TRÊS tickets por US$ 150.00!


No fim das contas deu pra fazer algumas "novas amizades", até... que... pela primeira vez, em três viagens, fui abordado por "profissionais mais antigas do mundo". Não que eu não soubesse que elas existem em abundância na Sin City... mas, até então, eu só havia mesmo dedicado tempo e trocado contato com turistas. Já em plena terça-feira à noite... deu pra perceber que as "teúdas e manteúdas" se destacam em meio à "escassez" de gente nas ruas e dentro dos cassinos. E, cá entre nós... nem sempre é tão fácil identificá-las. A maioria se veste e se comporta "como patricinhas americanas". Enfim... sem falso moralismo... não fazem e nunca fizeram meu estilo. Nada contra, maaas... não me interesso. Entretanto, até que seria interessante (me desculpem amigos e família, hehe) registrar aqui alguns diálogos... minha intenção não é ser cruel ou arrogante, maaaaas... quem é o presunçoso da história quando, em meio a uma "conversa de amigo informal", sem nem mesmo eu perguntar, uma cidadã dá um preço que é o TRIPLO de um bom lugar num grande espetáculo do Cirque du Soleil? Haja paciência! Até porque... como eu disse... "a maioria..." é a maioria, mas não 100%. Algumas nem se arrumar direito se arrumam! SERIA interessante, mas... hehe, nem tudo dá pra publicar aqui... me encontrem numa conversa de bar e eu conto pessoalmente! Há alguns foras desconcertantes!!!


Ainda assim há alguns poucos turistas... deu pra se divertir e "fazer algumas amizades perecíveis" (hehe). As mocinhas da foto de baixo, por exemplo, são francesinhas pra lá de simpáticas... e adoraram a idéia de posar "ao pé" da Torre Eiffel para completar a paisagem!


No fim das contas, mesmo no meio de semana... dá pra se divertir um bocado pela Boulevard. Mas o movimento e a animação são incomparáveis aos dias de fim de semana... pra quem vem de um feriado, é um pouquiiiiiiiiiiinho "deprê". Pubs, bares, nightclubs fechados ou semi-vazios. A gente percebe que, de fato, Las Vegas é uma "cidade de mentirinha". Bom cair na real e se desiludir a tempo. Enfim... sabe Deus como ainda me entretive até umas 5 da manhã, horário em que tirei a foto na piscina do Hooters. Já era hora de dormir.


Escrito em Miami, postado em Sampa

Kà by Cirque du Soleil - 5th Day

05 de Julho, quinto dia seguido de Las Vegas. Era chegado um dos momentos mais aguardados... finalmente veria o tão comentado show no inspirador livro sobre o Cirque du Soleil... "KÀ". Apesar das minhas 2hs e meia entre Hollywood e Torrance ou 1h e meia de Newport a Long Beach, NÃO sou um "Iron Man" e a inicialmente "desastrosa" pestaninha da noite anterior não poderia ter sido mais providencial! Estava PRONTO, de energias renovadas, para me deliciar com o que é, ao lado de "O", o mais famoso espetáculo do Cirque na cidade. Após passar algumas horas na internet do Monte Carlo fazendo alguns contatos importantes, fazer mais uma das minhas "blitz", no Bellagio, e pequenas comprinhas no (bendito) CVS, pouco antes das 7pm eu já estava no Teatro do MGM.


 


Como eu havia escrito na própria noite, minha primeira impressão, pelo Facebook...

"Já imaginou assistir a um filme 3D em iMax, mas SEM (a necessidade de) usar óculos? Mais do que isso... com os atores interpretando as cenas AO VIVO? Com mudanças de cenários em tempo real, vendo efeitos especiais diante dos seus olhos? É a sensação q tive ao assistir Kà. Nunca vi NADA igual. De longe o mais impressionante espetáculo do Cirque que eu já vi!"

imagem - Cirque du Soleil

Pois é. Parece mesmo que a gente assiste a um filme sendo rodado ali mesmo, no palco... é inefável! Maravilhoso! Depois de um "esquenta" bastante envolvente com membros do elenco caracterizados, uma introdução narrada foi dada... e em INGLÊS (ao contrário do Mystêre, hehe, com algumas falas em francês). O enredo é simples... servindo de pano de fundo para todos os números e toda a magia encenados no palco. A idéia aqui não é trazer "spoilers", maaaas... a cena do navio navegando já é muito legal... MAIS impressionante AINDA é a do naufrágio. CINEMA AO VIVO! Um grande desafio até mesmo pro arquiteto aqui sacar as tecnologias usadas pela cenografia para criar com tamanha beleza uma cena de afogamento dos personagens em meio a "bolhas" e o fundo do mar no palco. E não pára por aí. A cena da areia da praia mistura talentos clownescos com muita criatividade na interpretação de animais pelos atores. Muito mais artístico é recriar uma tartaruga com figurino e gestual do que adestrar animais... a estrela do mar, então... lembra bastante o tapete voador do Alladin, mas não deixa nem um pouco de ser original (e eu nem sei quem surgiu primeiro... enfim...). E quando a "plataforma" se inclina... muito legal é o escorregão do ator em meio aos grãos de areia!

imagem - Cirque du Soleil
    imagem - www.hellovegas.com          imagem - http://media.accessvegas.com

Aliás, a tal "plataforma" fica mudando de ângulo como se fosse uma lâmina pequena e leve operada simplesmente por um contra-regras. Em determinado momento ela se transforma numa "parede de escalada" vertical que dá lugar a uma verdadeira batalha... em "vista superior"! Ou seja... não só se trata de um "cinema ao vivo", mas com ousados movimentos de câmeras! Esta "batalha" é algo realmente indescritível... só mesmo assistindo... flechas viram "hastes" de metal por onde há números dificílimos de acrobacia... o que me faz lembrar, novamente, de outro texto... desta vez publicado aqui mesmo neste mesmo blog, quando da primeira ocasião em que assisti a um espetáculo do Cirque em Vegas:


"Outro aspecto responsável pelo sucesso interminável do Cirque é o conceito trabalhado por todos atletas/artistas de realizarem verdadeiras proezas atléticas que exigem do corpo um esforço máximo de seu limite físico!... mas aparentam não fazer esforço nenhum... e essa é a chave pra que a platéia alce voo e acredite na história, na interpretação, na magia! (não só impressionar, mas emocionar... arrancar não só “ooohs”, mas lágrimas)"


E o negócio emociona mesmo, viu??? Se envolver com a dramaticidade de uma batalha praticamente se esquecendo de que, na verdade, é a gravidade que está sendo desafiada, não é pra qqer um! E há outros tantos números marcantes... poderia citar aqui o jogo de sombras projetadas no fundo do palco, "simulando" animais à perfeição (e, me desculpem... justiça seja feita, mas já havia visto algo muito parecido com ninguém menos que a Oficina dos Menestréis de Oswaldo Montenegro... é... ele mesmo... hehe, guardadas as devidas proporções, mas em "Dança dos Signos" lembro de haver uma cena de um casal que é um pouco similar). Ou seja... a velha habilidade de transformar um "clichê" em algo especial, arrancando suspiros da platéia. MUITO bom. Dá pra citar também o casal que faz o número dos lençóis/cordas (um dia eu aprendo os nomes corretos, hehe). Desafiar a gravidade mas com uma carga de dramatização enorme. Maravilhoso!

 imagem - Cirque du Soleil

O espetáculo acaba com um "happy ending" pra lá de merecido e a platéia emocionada, impressionada, envolvida, boquiaberta. É simplesmente SURREAL, é MAGIA PURA! Até então foi, DE LONGE, o mais impressionante espetáculo do Cirque. Tudo é grandioso e especial... a começar pelo teatro, com plataformas e passarelas em volta. Dessa vez acertei em pegar a primeira sessão. Pude ter tempo suficiente para voltar ao hotel, terminar de "digerir" tudo que havia acabado de acontecer e me preparar pra noite.


Escrito em Miami, postado em Sampa

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mystère and July 4th - 4th Day

Segunda-feira, 04 de julho... o famoso feriado. E também a despedida dos meus companheiros de HANGOVER... manhã de arrumações de malas, check-out de hotel, check-in "solitário" no Hooters, já lá pelas 2, 3 da tarde. Às 7 se iniciaria a sessão do Cirque du Soleil no Treasure Island... O PRIMEIRO show da companhia na cidade, em cartaz desde 1993, junto com a inauguração do hotel! Maioridade... 18 anos! História pura... ápice do dia... fui caminhando sem pressa pela Boulevard, com bastante antecedência e "muitos pitstops" até chegar, meia hora antes, no teatro.


MYSTÈRE

Eu sempre digo que é bom chegar com pelo menos 15 minutos de antecedência a qualquer apresentação do Cirque. Às vezes há algum tipo de "aquecimento", às vezes não... no caso do Mystère, acertei na mosca. Acho que um dos melhores clowns da companhia deve ser o deste espetáculo. Coincidentemente, ele é destaque de matéria da edição "spring" da "Inside Cirque du Soleil", espécie de informativo do Cirque que circula em Las Vegas. Brian Dewhurst, com impressionantes e NADA aparentes 79 anos de idade. Um show à parte. Só mesmo assistindo... até porque certamente muda a cada apresentação... muita interação com diversas pessoas da platéia, muita improvisação. Genial!


Depois do excelente aquecimento, começa o espetáculo... com outro clown, dessa vez no palco, no espetáculo, vestido de bebê. Engraçadíssimo, brincando com a bola (haha, meio que me lembrou um pouco o Quico) que lança pra platéia e logo em seguida serve para "reconhecer sua mamãe", imediatamente chamada para subir ao palco. É o tipo de brincadeira que funciona com todo o tipo de gente que NÃO "tem cara de mãe"... imagina um brutamontes, ou um japa tímido, ou ainda alguém do sexo feminino, mas jovem, desinibida... com qualquer um desses a brincadeira de "mijar na cara" em pleno palco seria sim cômico, muito engraçado. Mas... na apresentação... eis que a "mãe" escolhida é uma senhorinha... seria "heresia" da minha parte dizer que é falta de feeling um bebê gigante lançar um jato "de mijo" na cara? Por segundos, a senhorinha parece não saber o que fazer, até deixar o palco... sei lá, na minha visão, um pouco embaraçoso, não consigo aplaudir.

Deixando isso de lado, espetáculo esteticamente MARAVILHOSO. A música ao vivo... não sei descrever... bela, mas... diferente, qual estilo atribuir? Difícil... aliás, todo o espetáculo um pouco abstrato, "nebuloso", melhor dizendo... "MÍSTICO". Como no próprio livro que li, sobre a história do Cirque... ousado. Escuro... com abuso (no bom sentido) de cores fluorescentes. Se me parece inovador hoje em dia, imagine o efeito e o impacto 18 anos atrás! Hoje o Cirque tem SETE espetáculos em cartaz na Boulevard... ESTE foi o PRIMEIRO. Não há (ao menos pra mim, hehe, me desculpe se fui incapaz de sacar) muita clareza no enredo (com algumas falas em francês, diga-se de passagem), mas acho que a subjetividade é um dos objetivos. Figurinos diferentes, pra lá de originais... e, se alguns "números" não surpreendem tanto pelo fato de, naturalmente, serem "repetidos" e, até, de certa forma terem sido "aperfeiçoados" (a cama elástica tripla talvez seja o melhor exemplo) em outros espetáculos que eu já havia assistido (este era o quarto que eu assistia em Vegas), vale lembrar que este foi o PRIMEIRO (me desculpem a redundância) show em Vegas e, portanto, natural ter "versões mais antigas" de certas "engenhocas" utilizadas no palco. Mas uma particularidade bastante explorada e marcante é o abuso (de novo no bom sentido) das "pernas de pau" (ou "stilts"), especialidade (talvez não por acaso) de Gilles Ste-Croix, diretor de criação do Cirque e especificamente do Mystère.

O pole dance com criaturas que parecem animais/insetos subindo em árvores é talvez a parte mais legal. Muita rapidez, muita sincronia e uma leveza que, como acontece nos shows do Cirque, fazem o número parecer de fácil execução. A gente se envolve na atmosfera, na interpretação e se esquece que em determinados momentos a gravidade é desafiada... só enxergamos os personagens... grande diferencial do Cirque em relação a outros circos. No fim, o show é mais envolvente do que surpreendente. Óbvio que recomendo... com um pequeno "conselho" a mais... tentem assisti-lo ANTES dos outros... aliás, assistir aos sete espetáculos "na ordem cronológica dos que estrearam antes" é um cuidado que não tive e que pode trazer um pequeno mas relevante "incremento" na experiência.

4th OF JULY!

Se geralmente assistir à primeira sessão de um espetáculo é melhor por causa do horário, pra poder curtir a balada depois... no caso do feriado de 4 de Julho parece ser o contrário. Tendo saído do teatro do Mystére pouco antes das 9 da noite, comecei a procurar "bons lugares" nas inúmeras passarelas da Boulevard para ver o tal "fireworks". Mas meus companheiros de Hangover fizeram falta... a espera solitária foi insuportável. Sem contar que, talvez pela expectativa de todos, nem pelas ruas a típica interação "fácil" (se compararmos com o padrão estadosunidense) com "transeuntes" turistas das mais variadas nacionalidades estava acontecendo. Fui caminhando em direção ao MGM, buscando ângulos bons e esperando o início de algum festejo, queima de fogos, parada, ovni, estrela cadente, aurora boreal, ou coisa q o valha... lá pelas quase 11 da noite cansei. Fui tomar um banho para voltar revigorado à Boulevard mas a pestaninha que decidi tirar na cama foi fatal...


Escrito em Miami, postado em Sampa