sexta-feira, 3 de maio de 2013

JERSEY BOYS in MELBOURNE

Nunca fui fã de Frankie Valli & The Four Seasons. Pelo menos até 15 de Março de 2013.

Claro que eu já conhecia o grande clássico "Can´t Take My Eyes Of You" (sem o "Off"). Mas só. Só? Bem... é uma das músicas que eu mais gosto de escutar e também de tocar... a toquei muito com a Grinaldos, por sinal!

Mas enfim... estamos falando do MUSICAL Jersey Boys. Acabei indo assistir devido de tão forte que era a publicidade em Las Vegas 2 anos antes... me marcou e pensei "tá, o musical atravessou o planeta... deve mesmo ser bom e provavelmente será a última oportunidade que terei de assisti-lo".

Faz sentido assistir ao musical sem ser um grande fã, sem conhecer a História da banda?

FAZ! Aliás... E COMO FAZ! Porque a grande riqueza do musical, entre inúmeros outros temas e "lições" que passa, é esta: a História de como se formou o grupo, como se desenvolveu sua carreira, como cada um de seus integrantes foi entrando... quadro elementos com perfis completamente diferentes. A harmonia não se dá pela identificação, mas pela complementação! E isso fica muito claro conforme o enredo se desenrola.


É gozada a sensação de sentir nostalgia, saudades de uma época que não vivemos... e que conhecemos naquela mesma noite. O musical foi apresentado no Princess Theatre, pequeno e intimista... e com o tal "last minute ticket" (veja post anterior) sentei muito próximo do palco, sendo possível reparar nas gotas de suór do elenco e muitas vezes escutando o som direto de suas vozes, além, claro do P.A., captado por microfones de lapela posicionados discretamente (mas lembrem-se, eu tava pertiiiiiinho) acima da testa, lembrando às vezes um daqueles "enfeites indianos", hehe

De todas as cenas, gostei muito de quando transformavam o palco num auditório de TV com transmissão ao vivo para o próprio "telão" do espetáculo... mas a parte mais legal, mesmo, foi quando ficam de costas para a platéia (hum... que gafe cênica!) colocano-nos em posição de 1a pessoa, como se estivéssemos no palco, vendo-os cantar para uma multidão disparando flashes e aplausos. É quando se encerra o 1o. Ato.

O ápice, sem dúvidas, é a performance de "Can´t Take My Eye Of You". Parece que Frankie - interpretado magistralmente por Jeff Madden - está lá em pessoa cantando para nós... e toda a história que envolveu a verdadeira batalha que foi para conseguir gravar e lançar esta canção. Assim como "n" outros sucessos das mais variadas artes (cinema, música, artes plásticas), ninguém do "business" acreditava muito na música, por ser diferente, nem balada nem agitada, ter um arranjo fora do comum... algo completamente inovador. Vai ver foi por isso que tenha se tornado um grande sucesso, sem dúvida o maior sucesso da banda, não um hit, mas um clássico.


Aliás, o tal "shaking hands" como contrato entre Frankie e Bob Gaudio (o compositor por trás da voz, que o inspirou) é outro ponto interessantíssimo da história da banda. Aliás, "HONRA" é algo muito presente e retratado no musical... a união da banda além da burocracia, como quando Frankie se sacrifica ao extremo para pagar a dívida de Tommy de Vito (o "band leader" que juntou todos e apostou na banda no início) e salvá-lo da máfia. Esta é uma lição do musical... o tal "Jersey Contract", o valor da palavra, da honra, do caráter acima de contratos, papelada, "direito", burocracia.

Recomendo FORTEMENTE o musical, seja em qual lugar da face da terra ele esteja sendo encenado. A trilha sonora é de primeira, toda executada ao vivo, como se estivéssemos na década de 60. O ritmo como um todo é bem acelerado e dinâmico, não dá pra tirar os olhos do palco um segundo sequer. MUITO bom!

PS: Voltando pro Hostel feliz da vida, ainda passei, a princípio meio sem querer, por China Town. Sem exageros: suas ruas cheiram SHOYU! Isso mesmo! Enfim... há bares e restaurantes... passei até por uma "filial" da alemã "Hofbrauhaus" (e me pergunto, seria oficial? Como a de Las Vegas?), e por um bar com policiais pois parece que havia acontecido uma briga. Por desencargo de consciência, entrei o "U bar" ao lado do Hostel para conhecê-lo... muito pequeno e, a exemplo do que havia dito sobre o Hostel, com panelinhas formadas entre seus frequentadores. Não é bar típico de viajantes. Fui pro Hostel, passei no WC antes de dormir e, por incrível que pareça, encontrei PELA TERCEIRA VEZ no MESMO dia as brazuquinhas da Marjorie... hospedadas NO MESMO hostel. Muita coincidência... e fui dormir.

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