sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Beatles LOVE by Cirque du Soleil

ALL YOU NEED IS LOVE!!!
ALL WE NEED IS LOVE!!!

MAL ACREDITEI quando cheguei ao teatro. Eu ia MESMO ver o espetáculo do Cirque inspirado pelos Beatles! E a expectativa era MUITO grande. Afinal... um dia antes "Viva Elvis" já havia me impressionado, mas... e agora? Conseguiria o Cirque driblar todos os clichês e montar um show original e autêntico sem cair nos padrões de algo que parece ser tão batido? Afinal... só na Las Vegas Boulevard já havia DOIS "tributos" aos Beatles (Yesterday - A Tribute to the Beatles no Tiffany Theater @ Tropicana e BeatleShow no Saxe Theater @ Planet Hollywood), sem contar em Downtown. Banda cover é o que não falta mundo afora... qual seria a grande novidade??? Pra quem viu DOIS shows do Paul menos de um ano atrás, será que seria possível se emocionar???

Pois bem... pra começar, o meu lugar era mesmo privilegiado, bem pertinho do palco! Minha pequena decepção com a "recém-descoberta" política de venda de ingressos do Cirque já virava pó! Mas, voltando ao palco... ele era NO MEIO do teatro! 360 graus... interessante! Ao contrário do "Viva Elvis", fotos da platéia antes do início do espetáculo eram proibidas. Mas tentei dar um jeitinho, claro... 4 grandes panos dividiam a platéia em "4 fatias"... o som começou com o arranjo vocal de "Because" criando um clima pra lá de intimista... quebrado abruptamente por uma explosão com chuva de papéis para a entrada de "Get Back" com a silhueta de cada um dos Fab Four projetada em cada um dos 4 panos! QUE ADRENALINA! Foi de arrepiar... eu fiquei... entre o baixo e a bateria... Paul e Ringo! Bom sinal!

A música era (ao menos aparentemente) TODA de reprodução das gravações originais. NADA executado ao vivo (ao menos nenhum músico em instante algum apareceu no palco). E aí talvez seja a genial sacada do espetáculo: todos os "tributos" aos Beatles costumam priorizar a imitação fiel musical e de aparência dos Beatles. Perucas, figurino, timbres, instrumentos, vozes... foco na aparência dos interlocutores e execução musical o mais próxima possível da original. O Cirque inverteu tudo isso! A música é reproduzida e não há imitação dos Beatles no palco. No máximo uma ou outra referência esporádicas com grupos de 4 crianças de figurino, ou 4 dançarinos "emperucados", nunca distinguindo cada um dos Fab Four. O foco é única e exclusivamente na interpretação da MENSAGEM, do CONTEÚDO das músicas! E isso é mágico! Isso eu nunca vi em show de tributo algum!


Prometo não fazer como no texto do Viva Elvis, em que praticamente comentei música por música. Aqui citarei as quatro (wuhu) mais legais... HELP foi apresentada com quatro patinadores vestidos (igualmente, sem distinção) a caráter fazendo piruetas num half pipe que surgiu no meio do palco (enquanto um maluco dava loopings numa espécie de balanço lá no aldo do palco). Por um lado, as piruetas não eram tãaaaao impressionantes quanto num "X-Games", maaaaaas... coreografadas, perfeitamente sincronizadas, no ritmo da música, uma atrás da outra, com figurinos ao invés de equipamentos e feitar por QUATRO pessoas ao mesmo tempo. Em seguida veio BLACKBIRD. Indescritível a naturalidade com que as crianças "invisíveis" (só vemos as botas) passearam pelo palco nas bicicletinhas puxadas pela mãe e pelo pai. Ao final... uma ave preta CAIU do céu e se ESTATELOU no palco. Tratava-se do BLACKBIRD "em pessoa"! rs... que imitador emperucada que nada... o Cirque nos põe em contato COM O PERSONAGEM DA MÚSICA! Quem um dia imaginou ver o Blackbird no palco???

 
Mas o personagem mais legal ainda estava por vir. Pra mim, a parte mais emocionante: EU VI A LUCY!!! Voando... no Céu, com Diamantes!!! Efeitos simples (mas muito criativos) de iluminação e (acho que) gelo seco (ou coisa parecida) criaram toda a magia... e, claro, uma ginasta/atleta/artista "voava" de um lado pro outro... era a LUCY! Louvado Seja Deus! (hehe... just kidding...) E então, logo na música seguinte, aí o Cirque nos levou PRA VALER pro fundo do maaaarrrr... precisa dizer qual música é? Tá bão... "Octopus´s Garden". Figurino, truques de iluminação, fantasias, movimentos perfeitos e "adereços"... o palco VIROU o fundo do mar, com pexies, água-viva, estrela do mar, lula, polvo, etc... FIGURINO NOTA 11!


LSD - 1:50 deste vídeo

Essas foram as 4 músicas que mais marcaram... e olha que ainda rolou "Here Comes the Sun" com atmosfera pra lá de "mística", "Revolution" com outro "rally de camas elásticas" (lembrem do "fliperama humano" do Viva Elvis) e, claro, o espetáculo termina com "All We Need Is Love", enquanto o elenco passa se despedindo e sendo aplaudido de pé.

Depois de ver Paul ao vivo (e cantar com ele em "Here Today", sem dúvida o momento mais emocionante, no show do domingo no Morumbi), presenciar mais um desses shows de imitadores dos Fab Four seria no mínimo frustrante. Mas, ao invés disso, conhecer ao vivo o Blackbird e a Lucy (in the sky...) e viajar com eles é incrível! Show OBRIGATÓRIO para os beatlemaníacos que, se não tiveram oportunidade de ver ao vivo os criadores, podem agora perfeitamente ter contato com as criaturas e atmosferas das principais músicas... trazidas ao palco com maestria pelo Cirque du Soleil. VALE A PENA!


NOTA: um fato inusitado foi quanto uma lanterninha (vestida a caráter com uniforme da Scotland Yard) abordou um cara ao final do espetáculo, falou algo que eu não pude escutar, e o cara entregou o celular pra ela, que ficou mexendo... mexendo... acho que deve ter flagrado ele tirando fotos, e as apagou! Bizarro...



Rascunhado no fim de semana, postado entre quinta e sexta-feira

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