quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mystère and July 4th - 4th Day

Segunda-feira, 04 de julho... o famoso feriado. E também a despedida dos meus companheiros de HANGOVER... manhã de arrumações de malas, check-out de hotel, check-in "solitário" no Hooters, já lá pelas 2, 3 da tarde. Às 7 se iniciaria a sessão do Cirque du Soleil no Treasure Island... O PRIMEIRO show da companhia na cidade, em cartaz desde 1993, junto com a inauguração do hotel! Maioridade... 18 anos! História pura... ápice do dia... fui caminhando sem pressa pela Boulevard, com bastante antecedência e "muitos pitstops" até chegar, meia hora antes, no teatro.


MYSTÈRE

Eu sempre digo que é bom chegar com pelo menos 15 minutos de antecedência a qualquer apresentação do Cirque. Às vezes há algum tipo de "aquecimento", às vezes não... no caso do Mystère, acertei na mosca. Acho que um dos melhores clowns da companhia deve ser o deste espetáculo. Coincidentemente, ele é destaque de matéria da edição "spring" da "Inside Cirque du Soleil", espécie de informativo do Cirque que circula em Las Vegas. Brian Dewhurst, com impressionantes e NADA aparentes 79 anos de idade. Um show à parte. Só mesmo assistindo... até porque certamente muda a cada apresentação... muita interação com diversas pessoas da platéia, muita improvisação. Genial!


Depois do excelente aquecimento, começa o espetáculo... com outro clown, dessa vez no palco, no espetáculo, vestido de bebê. Engraçadíssimo, brincando com a bola (haha, meio que me lembrou um pouco o Quico) que lança pra platéia e logo em seguida serve para "reconhecer sua mamãe", imediatamente chamada para subir ao palco. É o tipo de brincadeira que funciona com todo o tipo de gente que NÃO "tem cara de mãe"... imagina um brutamontes, ou um japa tímido, ou ainda alguém do sexo feminino, mas jovem, desinibida... com qualquer um desses a brincadeira de "mijar na cara" em pleno palco seria sim cômico, muito engraçado. Mas... na apresentação... eis que a "mãe" escolhida é uma senhorinha... seria "heresia" da minha parte dizer que é falta de feeling um bebê gigante lançar um jato "de mijo" na cara? Por segundos, a senhorinha parece não saber o que fazer, até deixar o palco... sei lá, na minha visão, um pouco embaraçoso, não consigo aplaudir.

Deixando isso de lado, espetáculo esteticamente MARAVILHOSO. A música ao vivo... não sei descrever... bela, mas... diferente, qual estilo atribuir? Difícil... aliás, todo o espetáculo um pouco abstrato, "nebuloso", melhor dizendo... "MÍSTICO". Como no próprio livro que li, sobre a história do Cirque... ousado. Escuro... com abuso (no bom sentido) de cores fluorescentes. Se me parece inovador hoje em dia, imagine o efeito e o impacto 18 anos atrás! Hoje o Cirque tem SETE espetáculos em cartaz na Boulevard... ESTE foi o PRIMEIRO. Não há (ao menos pra mim, hehe, me desculpe se fui incapaz de sacar) muita clareza no enredo (com algumas falas em francês, diga-se de passagem), mas acho que a subjetividade é um dos objetivos. Figurinos diferentes, pra lá de originais... e, se alguns "números" não surpreendem tanto pelo fato de, naturalmente, serem "repetidos" e, até, de certa forma terem sido "aperfeiçoados" (a cama elástica tripla talvez seja o melhor exemplo) em outros espetáculos que eu já havia assistido (este era o quarto que eu assistia em Vegas), vale lembrar que este foi o PRIMEIRO (me desculpem a redundância) show em Vegas e, portanto, natural ter "versões mais antigas" de certas "engenhocas" utilizadas no palco. Mas uma particularidade bastante explorada e marcante é o abuso (de novo no bom sentido) das "pernas de pau" (ou "stilts"), especialidade (talvez não por acaso) de Gilles Ste-Croix, diretor de criação do Cirque e especificamente do Mystère.

O pole dance com criaturas que parecem animais/insetos subindo em árvores é talvez a parte mais legal. Muita rapidez, muita sincronia e uma leveza que, como acontece nos shows do Cirque, fazem o número parecer de fácil execução. A gente se envolve na atmosfera, na interpretação e se esquece que em determinados momentos a gravidade é desafiada... só enxergamos os personagens... grande diferencial do Cirque em relação a outros circos. No fim, o show é mais envolvente do que surpreendente. Óbvio que recomendo... com um pequeno "conselho" a mais... tentem assisti-lo ANTES dos outros... aliás, assistir aos sete espetáculos "na ordem cronológica dos que estrearam antes" é um cuidado que não tive e que pode trazer um pequeno mas relevante "incremento" na experiência.

4th OF JULY!

Se geralmente assistir à primeira sessão de um espetáculo é melhor por causa do horário, pra poder curtir a balada depois... no caso do feriado de 4 de Julho parece ser o contrário. Tendo saído do teatro do Mystére pouco antes das 9 da noite, comecei a procurar "bons lugares" nas inúmeras passarelas da Boulevard para ver o tal "fireworks". Mas meus companheiros de Hangover fizeram falta... a espera solitária foi insuportável. Sem contar que, talvez pela expectativa de todos, nem pelas ruas a típica interação "fácil" (se compararmos com o padrão estadosunidense) com "transeuntes" turistas das mais variadas nacionalidades estava acontecendo. Fui caminhando em direção ao MGM, buscando ângulos bons e esperando o início de algum festejo, queima de fogos, parada, ovni, estrela cadente, aurora boreal, ou coisa q o valha... lá pelas quase 11 da noite cansei. Fui tomar um banho para voltar revigorado à Boulevard mas a pestaninha que decidi tirar na cama foi fatal...


Escrito em Miami, postado em Sampa

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