05 de Julho, quinto dia seguido de Las Vegas. Era chegado um dos momentos mais aguardados... finalmente veria o tão comentado show no inspirador livro sobre o Cirque du Soleil... "KÀ". Apesar das minhas 2hs e meia entre Hollywood e Torrance ou 1h e meia de Newport a Long Beach, NÃO sou um "Iron Man" e a inicialmente "desastrosa" pestaninha da noite anterior não poderia ter sido mais providencial! Estava PRONTO, de energias renovadas, para me deliciar com o que é, ao lado de "O", o mais famoso espetáculo do Cirque na cidade. Após passar algumas horas na internet do Monte Carlo fazendo alguns contatos importantes, fazer mais uma das minhas "blitz", no Bellagio, e pequenas comprinhas no (bendito) CVS, pouco antes das 7pm eu já estava no Teatro do MGM.
KÀ
imagem - http://img.wedoitallvegas.com
Como eu havia escrito na própria noite, minha primeira impressão, pelo Facebook...
"Já imaginou assistir a um filme 3D em iMax, mas SEM (a necessidade de) usar óculos? Mais do que isso... com os atores interpretando as cenas AO VIVO? Com mudanças de cenários em tempo real, vendo efeitos especiais diante dos seus olhos? É a sensação q tive ao assistir Kà. Nunca vi NADA igual. De longe o mais impressionante espetáculo do Cirque que eu já vi!"
Pois é. Parece mesmo que a gente assiste a um filme sendo rodado ali mesmo, no palco... é inefável! Maravilhoso! Depois de um "esquenta" bastante envolvente com membros do elenco caracterizados, uma introdução narrada foi dada... e em INGLÊS (ao contrário do Mystêre, hehe, com algumas falas em francês). O enredo é simples... servindo de pano de fundo para todos os números e toda a magia encenados no palco. A idéia aqui não é trazer "spoilers", maaaas... a cena do navio navegando já é muito legal... MAIS impressionante AINDA é a do naufrágio. CINEMA AO VIVO! Um grande desafio até mesmo pro arquiteto aqui sacar as tecnologias usadas pela cenografia para criar com tamanha beleza uma cena de afogamento dos personagens em meio a "bolhas" e o fundo do mar no palco. E não pára por aí. A cena da areia da praia mistura talentos clownescos com muita criatividade na interpretação de animais pelos atores. Muito mais artístico é recriar uma tartaruga com figurino e gestual do que adestrar animais... a estrela do mar, então... lembra bastante o tapete voador do Alladin, mas não deixa nem um pouco de ser original (e eu nem sei quem surgiu primeiro... enfim...). E quando a "plataforma" se inclina... muito legal é o escorregão do ator em meio aos grãos de areia!
Aliás, a tal "plataforma" fica mudando de ângulo como se fosse uma lâmina pequena e leve operada simplesmente por um contra-regras. Em determinado momento ela se transforma numa "parede de escalada" vertical que dá lugar a uma verdadeira batalha... em "vista superior"! Ou seja... não só se trata de um "cinema ao vivo", mas com ousados movimentos de câmeras! Esta "batalha" é algo realmente indescritível... só mesmo assistindo... flechas viram "hastes" de metal por onde há números dificílimos de acrobacia... o que me faz lembrar, novamente, de outro texto... desta vez publicado aqui mesmo neste mesmo blog, quando da primeira ocasião em que assisti a um espetáculo do Cirque em Vegas:
imagem - http://bentleyvanguard.com/
"Outro aspecto responsável pelo sucesso interminável do Cirque é o conceito trabalhado por todos atletas/artistas de realizarem verdadeiras proezas atléticas que exigem do corpo um esforço máximo de seu limite físico!... mas aparentam não fazer esforço nenhum... e essa é a chave pra que a platéia alce voo e acredite na história, na interpretação, na magia! (não só impressionar, mas emocionar... arrancar não só “ooohs”, mas lágrimas)"
E o negócio emociona mesmo, viu??? Se envolver com a dramaticidade de uma batalha praticamente se esquecendo de que, na verdade, é a gravidade que está sendo desafiada, não é pra qqer um! E há outros tantos números marcantes... poderia citar aqui o jogo de sombras projetadas no fundo do palco, "simulando" animais à perfeição (e, me desculpem... justiça seja feita, mas já havia visto algo muito parecido com ninguém menos que a Oficina dos Menestréis de Oswaldo Montenegro... é... ele mesmo... hehe, guardadas as devidas proporções, mas em "Dança dos Signos" lembro de haver uma cena de um casal que é um pouco similar). Ou seja... a velha habilidade de transformar um "clichê" em algo especial, arrancando suspiros da platéia. MUITO bom. Dá pra citar também o casal que faz o número dos lençóis/cordas (um dia eu aprendo os nomes corretos, hehe). Desafiar a gravidade mas com uma carga de dramatização enorme. Maravilhoso!
imagem - Cirque du Soleil
O espetáculo acaba com um "happy ending" pra lá de merecido e a platéia emocionada, impressionada, envolvida, boquiaberta. É simplesmente SURREAL, é MAGIA PURA! Até então foi, DE LONGE, o mais impressionante espetáculo do Cirque. Tudo é grandioso e especial... a começar pelo teatro, com plataformas e passarelas em volta. Dessa vez acertei em pegar a primeira sessão. Pude ter tempo suficiente para voltar ao hotel, terminar de "digerir" tudo que havia acabado de acontecer e me preparar pra noite.
Escrito em Miami, postado em Sampa
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