“Impactante” é uma palavra adequada para sintetizar minha sensação ao ter o grande privilégio de assistir a uma aula da UCLA Extension.
“Certificate”: Music Business, curso “The Music Business Now: How It Really Works and the People and Events That Influence It”. Quarta-feira, 11 de Maio, 7pm. Campus principal da UCLA, auditório 39 do Haines Hall.
Depois de um dia que começou com 3hs de aula pela manhã na EF, 2hs de ônibus até a Sony Music, trabalho pela tarde inteira, cheguei ao local pontualmente. De acordo com a “brochure” do “Spring Quarter”, há 5 professores responsáveis pela aula, todos eles executivos do alto escalão de majors ou labels. Pensei que eles se alternavam entre as 12 “meetings” programadas. Não. Quatro deles estavam lá: Jeffrey Jampol (cuja empresa "administra" a "herança" de diversos artistas, alguns deles setentistas, como Doors, Janis Joplin; e membro da NARAS), David Dorn (Senior Vice President da Rhino Entertainment e membro da NARAS), Bruce Resnikoff (CEO da Universal Music) e Lenny Beer. Somente esse fato já me surpreendeu um pouco... enquanto todos os alunos recebiam um “chart” semanal (05.08.2011) contendo os:
- TOP 200 Albums (1º. Lugar – Adele, 21, Columbia... Sony Music!),
- TOP 200 Digital Songs (1º. Lugar – Adele, “Rolling In The Deep”, Columbia... Sony Music!),
- TOP 200 Digital Albums (1o. Lugar – Beastie Boys, Hot Sauce Committee pt.2, Capitol… seguido da Adele),
- TOP 200 Independent Albums e também New Artist Albums.
- TOP 200 Albums (1º. Lugar – Adele, 21, Columbia... Sony Music!),
- TOP 200 Digital Songs (1º. Lugar – Adele, “Rolling In The Deep”, Columbia... Sony Music!),
- TOP 200 Digital Albums (1o. Lugar – Beastie Boys, Hot Sauce Committee pt.2, Capitol… seguido da Adele),
- TOP 200 Independent Albums e também New Artist Albums.
Depois de alguns minutos de instruções gerais pros alunos sobre alguns trabalhos que estavam em andamento, além de alguns comentários sobre a tal da venda da Warner Music (pelo menos foi o que eu entendi... 3.3 US$ bi), eis que a aula finalmente começou... mas para minha nova surpresa... com a presença de 3 convidados ilustres... Jody Gerson (Copresident – Sony/ATV), Greg Sounders (Senior Vice President – Warner Chapell) e Randall Wixen.
Greg Sounders foi o primeiro a falar... iniciou seus estudos na UCLA e, depois de um ano, largou para se dedicar à bateria (é verdade... ao menos foi o que ele disse, hehe). Se tornou “junior executive” e hoje é do alto escalão do departamente de “publishing” da empresa, na parte mesmo de “creative”, diretamente com artistas como Katy Perry, Nickelback, por exemplo.
Jody Gerson, logo em seguida, resumiu sua trajetória profissional que começou láaaaa na então Chapell Music como “digitadora” (foi o que entendi) de catálogos... o que, segundo ela, foi uma excelente função, que fez com que ela conhecesse o catálogo (que é realmente o produto principal da empresa) de cabo a rabo! Depois ela “se mudou” pra EMI Music, passou por NY mas queria mesmo era morar em LA... onde, segundo ela, a própria jornada de trabalho é um pouco mais... digamos... “flexível” (geralmente das 10 às 5... pra equipe dela, 9:30). Lá permaneceu por 17 anos, até que a empresa foi vendida e “remanejada”. Entre artistas por ela descobertos (e por que não “construídos”?): Alicia Keys, Norah Jones, Enrique Iglesias. Mais recentemente... já pela Sony... a tal da Lady Gaga. Me impressionou a paixão, o entusiasmo de sua fala. Como é bom saber que nessa “indústria” tem gente realmente envolvida e realmente apaixonada por música... no alto escalão!
A história do Randall Wixen foi muito legal. Ele estudou economia e trabalhava com Real Estate (que, aqui nos EUA, se refere a toda e qualquer transação imobiliária, independemente do porte ou escala, ou seja, qualquer contrato simples de aluguel, por exemplo, ao contrário da utilização do termo no Brasil, mais relacionado a grandes “investimentos imobiliários” geralmente ligados a IB´s) em alguns dias da semana, o que lhe deu condições de dedicar boa parte do seu tempo como “manager” de artistas que, assim como ele, estavam começando suas carreiras. Um belo dia ele encontrou o (então jovem) Tom Petty. O resto é história. O site de sua empresa é http://www.wixenmusic.com/ e seu livro é esse aqui!
Como é bom assistir uma SENHORA aula numa REAL instituição de ensino... com “guest-speakers” DE VERDADE. Fiquei com uma “inveja boazinha” ou “invejinha do bem” (se é q isso existe, kkkkkk) dos meus “colegas por uma noite”. Os alunos do curso realmente têm aulas muito boas e... pelas interações com os convidados, estão muito, muito preparados! Isso me causou um choque, também... “molecada” falando de igual pra igual e dominando as atuais mudanças e os novos paradigmas de um segmento que está em constante transformação. Algo que, confesso, ainda tenho certa dificuldade para assimilar. Como "último romântico" que sou... gosto mesmo é de comprar um álbum (ainda que seja na verdade o compact disc), folhear o encarte, botar pra tocar do começo ao fim... isso pra mim é o que faz sentido. Cada faixa tem uma beleza particular que, no todo, juntando-se às outras faixas, forma um conjunto complexo em que toda música contribui com seu significado tornando-se uma parte indispensável pra compreensão "sistêmica" (wuhuu... falei biito) do Álbum... que tem um "começo, meio e fim", com suas músicas em sequência que não é randômica, mas tem um porquê. Isso é o que eu penso. E o Pink Floyd também... um dos poucos artistas (por sinal, da Sony Music, wuhuu) que até hoje briga para que seus discos não sejam "desmantelados" no mercado de venda digital. Já que o álbum, como material físico, mesmo em formato de CD, é uma espécie em seríssima ameaça de extinção. Embora por enquanto ainda venda bastante (especialmente nos EUA), o declínio tem sido constante, observado ao longo da última década... ao passo que as vendas digitais têm aumentando seguidamente (num ritmo que, no entanto, tem diminuído).
Lembram-se dos tais "artistas de uma música só"? Aqueles caras (ou pagodeiros, ou duplas sertanejas, ou seus "afluentes"...) que apareciam num tal de Domingo Legal ou coisa q o valha martelando somente uma música (que alavancava a venda de um CD com tantas outras mas que, claro, ninguém conhecia, nem escutava)? A tendência atual é perfeita pra eles. Vendas de arquivos mp3 isolados... favorece ainda mais a busca e produção de hits... "filhos únicos" a serem distribuídos sozinhos pela internet (já que, como mp3, não precisam formar um álbum) ou fecharem algum disco de "greatest hits" como inédita (o "greatest hits" é só desculpa para dar "corpo de álbum" ao lançamento de uma única música).
"Caras Como Eu... Estão Ficando Chatos"... eu sei! Mas será que é algum exagero apocalíptico constatar que a descartabilidade está batendo à porta da maravilhosa arte que é a música? Sei lá... é como a tal da pasta de dente do avião... feito pra durar um voo... (de preferência consumida rapidamente, pois o prazo de validade é curto) uma noite... uma temporada... uma estação... uma música. Artistas de uma música só. "Mulheres vulgares... uma noite e nada mais"... sei lá... eu insisto em acreditar que o ser humano é mais capaz, não pode ser tão raso. Uma noite pode ser a primeira de uma vida inteira, assim como um hit pode ser a faixa de abertura de um álbum que, quem sabe, se torne algo maior, um clássico, com tantos outros hits. Até pouco tempo atrás havia exemplos... Jamiroquai, Red Hot Chili Peppers, Aerosmith me vêm à cabeça enquanto escrevo... e hoje em dia? Quem sabe uma Adele venha provar que há sim luz no fim do túnel... quem sabe!
O "resto" DA AULA
Me desculpem pelo meu "momento Dom Casmurro". É que (até continuando de onde parei, hehe)... depois da fala do Randall e da sessão de perguntas houve um intervalo, e em seguida rolou a participação de um outro guest-speaker, Nate McCartney, importante "young executive" da Verizon (pelo que entendi). Com "cara de moleque" (no MELHOR dos sentidos) conduziu um papo sobre consumo de música por telefonia móvel... envolvendo tanto downloads pagos (iTunes e Verizon) de mp3, downloads de ringtones (algo interessante, pois é mais curto que a música em mp3 e mais caro... e ainda assim tem crescido bastante), streamings de vídeos no celular, e tantas outras formas de difusão que... confesso... meu inglês limitado não foi capaz de cobrir completamente. Essa foi outra constatação... assistir a uma aula numa universidade americana, com participação maciça de americanos... repleta de termos técnicos (e também "slangs")... é muito, MUITO diferente de assistir a uma aula de idiomas em que os alunos todos têm sotaques e os professores se esforçam para ser compreendidos. É, meu povo... mínimo de 79 no TOEFL?? Tá explicado... realmente não é mole não acompanhar as discussões. Além da tal "molecada" ser extremamente antenada e ter também belas noções de tecnologia, "apps" e coisa e tal, o idioma é muito mais avançado do que nas nossas queridas e prezadas aulas. MUITA terminologia técnica, específica. Por isso... bora SOAR A CAMISA! Praticar MUITO o idioma. Especialmente fora da escola.
PÓS-AULA
A aula estava programada para acabar às 10pm e, como era de se esperar, avançou alguns minutinhos preciosos. Na ida pra Sony, ao esperar pelo 232-LAX, fui obrigado a "acorrentar" minha bike na bus stop, pois a velha maldição das DUAS BIKES no suporte do ônibus resolveu me assombrar de novo. Falei isso tudo pra explicar que, pra não perder o último ônibus 232-Long Beach, não pude bater um papo final com os professores para tirar dúvidas gerais sobre o curso (em suma... quais as reais chances de concluir o certificate com um emprego em vista, ainda que o estudante seja extrangeiro). Aliás, consegui correr a escadaria ("Janss Steps") da Dickson Plaza e voar pela Wilson Plaza até chegar, em apenas 5 minutos, à frente do campus, de onde saem os "Big Blue Bus". Bus number 3 (10 e alguma coisa pm) até LAX (passando por Santa Monica) a tempo de pegar o 232 das 11:30pm. Sem bike, era o único jeito de voltar pra casa, ou melhor... volta pra EF, pegar minha bike acorrentada no bus stop e, só depooois, pedalar 20 minutos até em casa. Isso SE a bike ainda estivesse lá. E não é que estava??? Inacreditável. Bonitinha... do jeito que deixei! Bão... por desencargo de consciência, ainda passei em frente ao Mickie Finnz só pra ver se havia ainda algum karaoke rolando... até tinha, mas quase ninguém da EF. Fui pra casa dormir. O dia havia sido cheio.
O "resto" DA AULA
Me desculpem pelo meu "momento Dom Casmurro". É que (até continuando de onde parei, hehe)... depois da fala do Randall e da sessão de perguntas houve um intervalo, e em seguida rolou a participação de um outro guest-speaker, Nate McCartney, importante "young executive" da Verizon (pelo que entendi). Com "cara de moleque" (no MELHOR dos sentidos) conduziu um papo sobre consumo de música por telefonia móvel... envolvendo tanto downloads pagos (iTunes e Verizon) de mp3, downloads de ringtones (algo interessante, pois é mais curto que a música em mp3 e mais caro... e ainda assim tem crescido bastante), streamings de vídeos no celular, e tantas outras formas de difusão que... confesso... meu inglês limitado não foi capaz de cobrir completamente. Essa foi outra constatação... assistir a uma aula numa universidade americana, com participação maciça de americanos... repleta de termos técnicos (e também "slangs")... é muito, MUITO diferente de assistir a uma aula de idiomas em que os alunos todos têm sotaques e os professores se esforçam para ser compreendidos. É, meu povo... mínimo de 79 no TOEFL?? Tá explicado... realmente não é mole não acompanhar as discussões. Além da tal "molecada" ser extremamente antenada e ter também belas noções de tecnologia, "apps" e coisa e tal, o idioma é muito mais avançado do que nas nossas queridas e prezadas aulas. MUITA terminologia técnica, específica. Por isso... bora SOAR A CAMISA! Praticar MUITO o idioma. Especialmente fora da escola.
PÓS-AULA
A aula estava programada para acabar às 10pm e, como era de se esperar, avançou alguns minutinhos preciosos. Na ida pra Sony, ao esperar pelo 232-LAX, fui obrigado a "acorrentar" minha bike na bus stop, pois a velha maldição das DUAS BIKES no suporte do ônibus resolveu me assombrar de novo. Falei isso tudo pra explicar que, pra não perder o último ônibus 232-Long Beach, não pude bater um papo final com os professores para tirar dúvidas gerais sobre o curso (em suma... quais as reais chances de concluir o certificate com um emprego em vista, ainda que o estudante seja extrangeiro). Aliás, consegui correr a escadaria ("Janss Steps") da Dickson Plaza e voar pela Wilson Plaza até chegar, em apenas 5 minutos, à frente do campus, de onde saem os "Big Blue Bus". Bus number 3 (10 e alguma coisa pm) até LAX (passando por Santa Monica) a tempo de pegar o 232 das 11:30pm. Sem bike, era o único jeito de voltar pra casa, ou melhor... volta pra EF, pegar minha bike acorrentada no bus stop e, só depooois, pedalar 20 minutos até em casa. Isso SE a bike ainda estivesse lá. E não é que estava??? Inacreditável. Bonitinha... do jeito que deixei! Bão... por desencargo de consciência, ainda passei em frente ao Mickie Finnz só pra ver se havia ainda algum karaoke rolando... até tinha, mas quase ninguém da EF. Fui pra casa dormir. O dia havia sido cheio.
escrito vagarosamente ao longo da semana, postado entre terça e quarta-feira
Nenhum comentário:
Postar um comentário