quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O dia dos Museus!

Terça-feira, OBA! Após a pausa da segunda, os museus voltam a abrir as portas. Não perdi tempo e fui logo cedinho para o Museu Nacional de Antropologia. De Metrô, descendo nas Estação... Largo da Batata Chapultepec? Aquela mesma do “pesadelo de La Condesa”? Pois então... acontece que, de dia, ela é COMPLETAMENTE diferente! Saí pelo acesso ao “Bosque de Chapultepec” (que por sinal na noite anterior estava fechada, creio que devido ao horário), e adentrei o “Central Park” mexicano! Uma maravilha... as vezes lembra um pouco o Ibirapuera, as vezes o Horto... tem até lago com pedalinhos! Há muitos museus dentro do Bosque, incluindo o de Antropologia. E o arquiteto aqui ERROU FEIO a leitura do mapa e foi parar no extremo OPOSTO ao do Museu. Mas tudo bem, rendeu uma bela caminhada pelos bosques, com uma primeira surpresa negativa (Bitha cachorros são proibidos), e uma segunda, positiva, que justifica o fato por trás da primeira: lá há muitos ESQUILOS! Logo fiz amizade com o Tico e o Teco, que até posaram pra foto:

O Museu já é uma atração desde a fachada e o saguão, de onde se admira sua belíssima arquitetura, assinada por... PEDRO RAMÍREZ VÁZQUEZ! Já virei fã desse cara (que confesso, não conhecia antes da viagem)... Vejam por si mesmos nas fotos... e lá dentro, a organização das salas é muito didática: no primeiro andar, uma primeira com introdução à antropologia, e depois cada sala abordando o povoado primitivo de cada região do México. Muitas salas tem portas abertas para áreas externas, com mais ítens arqueológicos expostos. O legal é que, no segundo andar, “em cima” da sala de cada povoado “primitivo”, há uma espécie de retrato contemporâneo do povoado correspondente. É incrível, vale muito a pena!


Como eu ainda planejava visitar o “Museo de Arte Moderno”, apertei o ritmo e, por volta das 14h, já estava nele (que é muito próximo, também fica no tal Bosque). Assim como o Museu de Antropologia, sua arquitetura também é interessante. ADIVINHA POR QUEM ELE FOI PROJETADO... hehe... Fica a dica de que, por ser aluno da USP, obtive cortesia e entrei de graça (geralmente só concedem a estudantes mexicanos). Se já é difícil comentar arte, quando se trata de arte moderna... o melhor é ver com seus próprios, de preferência ao vivo. Até porque sou um excelente curioso, e um péssimo crítico. Ficam fotinhos de brinde...



Ainda não era fim de tarde, e resolvi então aproveitar o restante da claridade indo ao tão falado “XOCHIMILCO”. Os que me conhecem podem me chamar de mão de vaca, sovina, pão puro, Tio Patinhas, ou coisa que o valha (de fato sou um pouco, hehe), mas uma coisa eu digo: pra explorar uma cidade é legal andar de TRANSPORTE PÚBLICO. Até porque uma boa parte do trajeto do metrô foi feito “aéreo”, e depois tive que pegar o “TREN LIGERO” (uma espécie de trem de suerfície, VLT, bonde, fura-fila, et cetera), que de ligeiro não tem lá muita coisa. Somente dessa forma descobri uma filial da Igreja Universal bem em frente à Estação de Metrô “XOLA” (foto abaixo), e também que, na estação Tasqueña (de correspondência com o Tren Ligero) rola uma espécie de feira de instrumentos musicais que é praticamente uma TEODORO SAMPAIO A CÉU ABERTO! Peço desculpas pelas fotos “borradas”, uma vez que doi difícil desviar da grade...


Com o Tren Ligero, por sinal, passei pelo famoso Estádio Azteca (que por sinal TAMBÉM foi projetado pelo Pedro Ramírez Vázquez. E o resto do trajeto... bem, lembram-se dos comentários que fiz sobre a periferia, favela comunidade, o tal conjuntinho residencial rosado com pinheiros? Enfim... passei por eles! O conjunto habitacional, facilmente reconhecível. A favela comunidade... bem, casas com alvenaria de tijolos acinzentados (diferente dos avermelhados de Sampa) e com mais de uma caixa d´água preta aparente em cima da laje (diferente das azuis de Sampa)... trata-se de favela comunidade. Xochimilco realmente fica numa região bem afastada... é simplesmente a estação final do Tren Ligero, de onde se acessa os “embarcaderos” com 5 ou 10 minutos de caminhada.  Diga-se de passagem, muito tranquila e segura, sem problemas. Cheguei lá por volta das 16:30. Muito tarde. Somente embarcações vazias, sem chance de me “incorporar” a algum grupo de turistas. Mané. Tive que ir SOZINHO. Claro que optei pelo passeio de curta duração (pelo horário tardio e também pelo custo, pois não teria com quem dividir), 45 minutos. Dos absurdos 300 pesos mexicanos que queriam me cobrar, acabei conseguindo por 140 (que também é muito caro, anyway... já que estava lá...). Confesso que achei bem fraquinho. Deve ser divertido ir com “galera”, como alguns grupos com que cruzei ao longo do caminho pelos canais... barcos com grupos de amigos, familiares, etc... vão fazendo farra e tomando todas, geralmente com um barco ao lado (especialmente contratado para isso) cheio de malas Mariachis tocando aquelas pentelhações músicas folclóricas mexicanas. E eu, “solo”. Tudo bem... valeu pra ver como é (nada comparável aos passeios de gôndola de Veneza). Deve valer a pena num sábado ou domingo ensolarado com muitos amigos saboreando uma boa bebida gelada ao som de algo mais agradável, fazendo o passeio longo, de 2 horas. Portanto, não pretendo repetir a dose. Na volta, fiz uma parada estratégica na Estação Estádio Azteca de onde tirei a foto abaixo, e fui pro hotel.


Com energias recarregadas, lembrei-me da dica de um mexicano com quem conversei no voo da ida. Ele me falou de um tal de “Pata Negra”, na região de La Condesa. Procurei no Google Maps, e OK... fica na Rua Tamaulipas, relativamente próxima a OUTRA Estação de Metrô, de nome Chilpancingo. Encarei o desafio, me imbuí de esperança e lá fui todo animado conhecer a tal “Vila Madalena” mexicana. Cheguei ao tal lugar, antes passando por outras ruas do bairro, todas bem calmas e sem movimento. A tal da Tamaulipas até que tem alguns bares (dos dois lados da rua, um verdadeiro oásis comparado com a noite anterior), mas achei muito pequenos (suas lotações não chegavam a 100 pessoas), e na RUA, EM SI, pouco movimento de pessoas... nada de filas, congestionamentos de carros (ai que saudaaaade da tão odiada muvuca)... logo me lembrei de que, na Cidade do México, é PROIBIDO consumir bebida alcoólica em vias públicas (com exceção de uma tal praça cujo nome não recordo agora). Talvez isso explique um pouco a diferença em relação à nossa Vila. O fato é que, ao lado do Pata Negra, havia outros dois lugares um pouco mais movimentadinhos, o "Celtic Pub Irlandes" e o Zydeco, em frente aos quais, do outro lado da rua, havia o Don Quintin, que parecia bonito e aconchegante mas, ao ver que os garçons estava passando o tempo JOGANDO PEBOLIM (ou “totó”, para os cariocas), nem me animei para olhar mais de perto. Se estou no México, PUB IRLANDÊS não rola, né? Encarei então o Zydeco, pedi uma Margarita Fresa (pelo amor de Deus... QUE DELÍCIA, entrou pra minha lista de drinks preferidos, competindo pau a pau com o mojito), que veio carregada de tequila mas com um sabor muito suave (ótimo pra embebedar a mulherada aquele seu primo chato). Para comer, simplesmente uma salada (vegetarianismo na culinária mexicana não é algo tão fácil), e uma porção de batatas fritas... que vieram tão, mas TÃO picantes, que fui forçado a pedir uma SOL pra ajudar a descer. A prova de que definivamente sou desastrado quanto o assunto é tirar fotos de si mesmo está abaixo. É... confesso que achei La Condesa um pouco decepcionante (será que errei o lugar de novo e não sei? Me perdoem se estiver sendo injusto). Esperava mais. De lá voltei para o hotel, e já é hora de descansar.

Escrito na Cidade do México em 04 de Janeiro
Postado em L.A.


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