quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CHICO BUARQUE no VIVO RIO (12.01)

Quem nunca degustou um bom vinho se satisfaz com Chapinha, Sangue de Boi, etc...
Quem nunca comeu uma boa massa (como a do Spaghetti Notte, hehe) se satisfaz com Miojo (que eventualmente eu também como, por sinal, hehe...)

Apesar da comparação com ítens gastronômicos, não se trata aqui de "classe social" ou "poder aquisitivo" (minha intenção não é soar pedante ou arrogante) pois o assunto é cultural e, hoje em dia, a internet tornou toda a informação do mundo acessível. E quem não conhece ou nunca teve contato com o Belo, com o Supremo, com a Excelência, acaba se pautando por baixo e tendo deficiências de parâmetro, referência, princípios. Se satisfaz com o medíocre, na melhor das hipóteses... ou com porcaria, mesmo.

Essa é a sensação que tive ao deixar o VIVO RIO em 12 de Janeiro, meu sexto dia de viagem ao Rio de Janeiro.


O que assisti foi muito mais do que um show. Foi um testemunho do quê é a História da Música Brasileira, em pessoa. 50 anos de História em uma hora e meia. MEIO SÉCULO! Ali, na minha frente. Foi também uma AULA de música. Uma AULA de interpretação, composição, letras, arranjos, harmonia, que BANDA!!! Um time de músicos do mais alto gabarito.


Rapá... só mesmo o desconhecimento de música de qualidade para explicar certos "fenômenos" (sucesso internacional?? hum... sei...) que surgem do nada e, graças a seus curtos prazos de validade, também somem (aleluia!) do nada. Música de verdade não sofre tendências. Música de verdade não dura 3 meses. Música de verdade fica para sempre. Música de verdade lota QUATRO SEMANAS no Rio de Janeiro e  mais QUATRO SEMANAS em São Paulo. Sem "estar tocando" na rádio. Chico Buarque é música de verdade.


Lamento. É isso mesmo, só tenho a lamentar que um povinho que se julga "universitário" não tenha contato com música de qualidade... saboreiam "miojo" sem nem fazer idéia do real sabor de uma verdadeira massa. Se embriagam de "Chapinha" sem nem fazer idéia de que há vinhos muito melhores. De universitário não há muita coisa... e que orgulho que sinto de ter sido colega do Chico na FAU! Ah... se todos pudessem uma vez sequer na vida assistir a uma apresentação de Chico Buarque.. aposto que isso influenciaria muito o gosto musical da sociedade...

E quanto ao show, em si?? Pouts... indescritível... ou melhor, inefável. Como colocar em palavras? Não dá. Clássicos e clássicos e mais clássicos da História da MPB... porra, o cara é escritor, "teatrólogo" e compositor para MEIO MUNDO de intérpretes além dele mesmo... com parcerias feitas junto a ninguém menos que TOM JOBIM, VINÍCIUS, TOQUINHO, MILTON e o tropicalista CAETANO...


...o setlist do show de 12 de Janeiro incluiu as seguintes músicas que consegui tomar nota ou "filmar" (pela ordem):
"O Velho Francisco", "De Volta ao Samba", "Desalento", "Injuriado", "Querido Diário", "Rubato", "Choro Bandido", "Essa Pequena", "Tipo Um Baião", "Se Eu Soubesse", "Sem Você II", "BASTIDORES", "Todo o Sentimento" (piano e voz... coisa mais linda!), "O Meu Amor", "TERESINHA" (e o SIM da moça da platéia arrancou risos até do próprio Chico, hehe), "Ana de Amsteram",  "ANOS DOURADOS", "Sob Medida", "Nina", "Valsa Brasileira", "GENI E O ZEPPELIN", "Sou Eu", "TERESA DA PRAIA" (estas duas últimas em dueto com o Wilson das Neves), "A Violeira", "Baioque", depois uma espécie de "homenagem ao Criolo com o refrão de "Cálice" (quase como que uma "música incidental"), "Sinhá", "Barafunda", "Futuros Amantes", "Na Carreira". BOA PARTE delas devidamente (de forma absolutamente amadora, claro) filmadas. E minha lista de vídeos com publicação pendente só aumeeeenta...


E assim se encerrava a METADE da minha viagem... o sexto dia dos 12 (assim como 12 também são os trabalhos de Hércules, kkkkkkkk) no Rio de Janeiro. Voltar pra Copa?? Tranquilo... por volta das 11 ainda havia ônibus circulando e acabei entrando na primeira van que vi passar na Praça Floriano. Rápido e relativamente seguro.

PS1: Um maravilhoso show como o que presenciei não se faz sem uma equipe técnica pra lá de talentosíssima, além da banda já elogiada por mim. Portanto... LÁ VAI (pela ordem da exibição no telão) A ESCALAÇÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA:
- Hélio Eichbauer (Cenários)
- Cao Albuquerque (Figurinos)
- Maneco Quinderé (Desenhos de Luz)
- Ricardo Tenente Clementino (Produção Executiva)
- Francisco Accioly (Administração)
- Canivello Comunicação (Assessoria de Imprensa)
- Márcia Leitão (Secretária)
- Maestro Luiz Cláudio Ramos (Arranjos, Regência e Direção Musical)
- Jorge Helder (Baixo)
- João Rebouças (Piano e Teclado)
- Wilson das Neves (Bateria)
- Bia Paes Leme (Teclado e Voz)
- Marcelo Bernardes (Sopros)
- Chico Batera (Percussão)
- CHICO BUARQUE (artista exclusivo Biscoito Fino)

PS2: A BATALHA PELO INGRESSO
Poxa, fiz questão de fechar o último post (anterior a este) em clima de "suspense", se conseguiria ou não comprar o tal ingresso mas estraguei a surpresa já iniciando este com um desabafo e deixando claro que consegui ir ao show... então, lá vai: como consegui ingresso pra um show disputadíssimo esgotado há tempos?
Bão... começa q "escolhi" esta data pois sabia que minha amiga Nathy estaria nele (embora a não resposta a meus torpedos no fim das contas inviabilizasse nosso reencontro), além do quê, se encaixava "perfeitamente" na programação da "UFC Week": de sexta a domingo só o MMA tomaria minha atenção. Resolvi então chegar com uma hora de antecedência ao VIVO RIO e ficar "dando sopa" na bilheteria esperando algum desistente... não deu outra. Uma mocinha (muito bonita, por sinal) chamada "Sara Lin" (hehe, benditos ingressos impressos com os nomes) apareceu lá precisando "se livrar" de dois ingressos pro camarote (hum, chique), meia entrada, adquiridos por R$ 160. Infelizmente eu só tinha R$ 120 no bolso (fora uns trocos pro "busão da volta"), e lamentei. Mas o "desespero" (que prefiro chamar de generosidade) acabou fazendo com que ela aceitasse... E LÁ FUI EU FELIZ DA VIDA VER O SHOW DE UMA LENDA VIVA DA MPB!!! Obrigado, Chico! Obrigado, Sara! ;)

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