09 de Julho. Meio dia e meia e desembarque no Aeroporto Internacional de Miami. Liguei para o Hostel, já reservado, para me informar sobre Shuttle ou outra forma de traslado. A sugestão?? Ônibus 150, de porta a porta. A tarifa? US$ 2,30. Bem melhor do que os 30 de van ou 50 de táxi. Resolvi arriscar... e não é q deu certo??? Ponto final NA ESQUINA da Collins x 16th... NA ESQUINA do Parisian Hostel. Surpresa positiva: Excelente localização em Miami Beach... a uma quadra da Ocean Drive (e, consequentemente, da praia), em pleno "Deco District"... em tempo... uma região que pode ser considerada praticamente um "museu arquitetônico a céu aberto", já que é, creio eu, o maior conjunto arquitetônico do estilo Art Déco dos EUA, quiçá DO MUNDO!
...ao final da primeira noite, minhas impressões de Miami Beach eram de que parecia um cenário de gibi, revistinha, por causa do tal Art Déco... com prédios coloridos de formas simplificadas e letreiros, luzes, neons... etc. A praia em si não tão bonita, bem exteeeensa... e a Ocean Drive, em geral... um mix de "requinte" com "decadência". Sei lá... os prédios (provavelmente) tombados pareciam um pouco antigos demais, "ultrapassados", não sei... mas os cardápios e restaurantes pareciam bem "chiques". Já a música, os drinks, a cultura... CUBA total! rs... nunca estive na Ilha, maaaas... sei lá... talvez pelas "guajiras" ou pelo espanhol como idioma nitidamente dominante... meu pensamento se dirigiu à ilha comunista!
10th July, Sunday, 2nd Day
Acordei no domingo e finalmente conheci, ou melhor, "avistei" meus três roomates. Um doido espanhol que parece trabalhar como agente de viagem atendendo telefonemas enquanto dorme e dois caras mudos. Somente metade do quarto ocupado. Enfim... logo peguei o ônibus rumo a Downtown, e por lá resolvi dar uma volta, com certa folga, até chegar ao Bayside antes do sunset. Chamaram a atenção alguns prédios nos arredores do "Cultural Center" e, claro, o tal "Federal Building", em formato levemente inspirado numa embarcação.
Como praticamente todas as lojas estavam fechadas, após pistops estratégicos na MACY´S (onde descobri que turistas que mostrarem seus passaportes ganham UM MÊS de descontos de 10% em toda a rede!), no KFC (onde consegui "fabricar" um combo vegetariano incluindo salada, "noodles" e uma espécie de purê de batata) e numa ROSS (Dress For Less, hehe), eu já chegava pelo Bayfront Park ainda de dia. E então... poucos minutos depois... lá estava eu, após 14 anos... DE VOLTA ao BAYSIDE!!!
A emoção oriunda dessas minhas nostalgias é grande, hehe... o Bayside havia sido um dos lugares que mais tinha marcado minha primeira ida aos EUA, em 1991... naquela época nosso hotel (cujo nome me esqueci) ficava a poucos minutos a pé... costumávamos almoçar ou jantar por lá... sempre assistindo a alguns dos pequenos shows que aconteciam (e acontecem) no mesmo palco que permanece lá até hoje! Além disso... lá fica um dos Hard Rock Café´s de Miami (o outro fica na região conhecida como "Hollywood"). Nele fiz uma das minhas boas e velhas "blitz", fotografando os principais objetos... e, cá entre nós? De todos os que eu visitei nessa viagem (San Diego, San Francisco, 2 em Los Angeles, Las Vegas)... infelizmente é, nitidamente, o menos bem cuidado. Mas que foi legal revisitá-lo... ah, foi! E quanto às outras lojas do Bayside... a Disney Store chama a atenção. Porém há uma outra área com umas "barraquinhas" menos "pomposas" que... na boa??? Parece um pouco um "mix" entre o "Mercado Modelo" soteropolitano e o Mercado de Fortaleza... rs... não sei ao certo por quê... só faltava encontrar tapioca pra vender! kkkk... de lá voltei pro hostel e fui dormir... afinal de contas, no dia seguinte, havia uma visita marcada ao escritório da Sony Music Latin!
11th July, Monday, 3rd Day
Cedo acordei, tomei o café da manhã e peguei 2 ônibus para chegar à região de "Coconut Grove", onde fica o escritório da Sony Music Latin. Após a visita de pouco mais de uma hora, resolvi caminhar para conhecer a região, à beira-mar e bem bonita. Descobri que o Johhny Rockets tem um sanduba veggie, devidamente degustado e aprovado e segui caminhando passando pela "Coco Walk" (um pequeno "mall"), pelo parque "The Barnacle" e admirando muitas casas e prédios interessantes.
Pouco tempo depois, tendo passado também pela região de "Coral Gables", eu chegava a um shopping chamado "Sunset Place", que conta com cinemas AMC, uma livraria Barnes & Nobles, outra Disney Store e diversas lojas. Relativamente grande, com jardins interessantes, mas pouco movimentado. Do tal "mall" a idéia era chegar na Biscayne Blvd, mas o mané aqui (em parte mal influenciado pelo mapa de escala equivocada) teve O DOM de errar a estação e descer num lugar... chamado... "BROWNVILLE". Fiquei com medo. Só me dei conta de que a região era meio barra pesada lá pelo meio do caminho. Sem táxis e com ônibus demorando... rolou um "pernas pra que te quero" e consegui, depois de um tempão, sobreviver à travessia e, meio não-intencionalmente, acabar caindo de volta no Bayside. Mais uma noite passei por lá antes de voltar pro hostel.
12th July, Tuesday, 4th Day
Outro lugar de que lembrava vagamente era o famoso Aventura Mall. Resolvi então visitá-lo. Caminhei por toda a orla para curtir a paisagem beira-mar, visitei a Best Buy lá pela altura da 5th Ave e aproveitei também para ver outras lojas que ficavam no mesmo prédio. Não tinha jeito... aquele seria mesmo o DIA de ir às compras!
De lá peguei um ônibus 120 que vai direto pro Aventura Mall. E o caminho é legal: Collins Avenue todinha... com muitos prédios Art Déco interessantíssimos. A região mais "ao norte" da ilha é um pouco mais "luxuosa" do que a South Beach em que eu estava hospedado... ao menos os edifícios parecem um pouco mais suntuosos. Mas enfim...chegando ao shopping, mais um momento levemente nostálgico. Me lembrava de que o mesmo era grande, mas não tanto! Um pouco a sensação inversa da revisita de alguns hotéis de Las Vegas (
leia o post antigo, hehe)... e há mesmo muitas lojas interessantes, algumas com preços muitos bons, outras nem tanto. Do primeiro grupo eu destaco a MACY´s (sempre, hehe) e, por curiosidade, a SEARS que, assim como aquela, vende "multimarcas". E mesmo que isso amplie minha fama de mão-de-vaca (hehe), eu lhes digo... SEMPRE vale a pena chorar um descontinho. Na Sears, a caixa me aconselhou a pegar um tal de "cartão de fidelidade" (não é cartão de crédito não... é só um cartãozinho de cliente cuja única contrapartida é o preenchimento de um formulário com alguns dados). Assim o fiz... e o resultado? 20%... eu disse VINTE POR CENTO de desconto sobre toda a compra. Isso é só na Sears, mas para cada loja há algum tipo de benefício diferente, até mesmo incluindo alguns restaurantes.
Entre as vitrines mais conhecidas, destacam-se Puma, Lacoste, Diesel, CK, Ferrari, Disney, Michael Kors, Burberry, Louis Vuitton, Porsche Design, Hugo Boss, LEGO (wuhuuuuu), Zara e (claro, pra mulherada) Victoria´s Secret. É... entre encomendas familiares e pequenos surtos momentâneos consumistas, até que voltei com algumas sacolinhas na mão para o hostel.
De noite, baladinha de leve na Clevelander... sem fotos, lamento...
13th July, Wednesday, 5th Day
Último dia completo em Miami, já que, no dia seguinte, meu voo sairia de tarde. Antes ainda do café da manhã pude reencontrar o Oceano Atlântico... desde a virada de 31 pra 01 de Janeiro! Mais de 6 meses depois... e aí fui à luta. A idéia era completar algumas "comprinhas que faltavam" por Downtown, já que eu ainda não tinha pego suas lojas abertas. E, pela minha memória... lá haveria boas opções principalmente para eletrônicos. Erro meu. Na década de 90 talvez não existisse BestBuy, ou pelo menos não como a conhecemos hoje... sei lá de onde saiu esta fama de que Miami é um bom local para compras, compras de eletrônicos. Talvez porque a maioria das viagens nossas, brazucas, seja pra Florida e, de fato, em comparação com Orlando, Miami deve ser mesmo muito melhor... mas agora que eu havia passado 6 meses em Los Angeles, lhes ASSEGURO: LA é bem maior (mais opções) e melhor para compras diversas... mesmo de eletrônicos. Aquelas pequenas "boutiquezinhas" de eletrônicos de Downtown Miami são simplesmente TERRÍVEIS! Com exceção da "Eletric Avenue" (que é uma loja organizada, não uma das "boutiques"), nada prestava. Vendedores que mal falavam Inglês, pouca variedade de produtos e preços duvidosos... Blu-ray "antigo" da vitrine me oferecido a US$ 150.00 ("I paid US$ 300, my friend... I can sell you for half of the price!") sendo que um "zero", 3d, Panasonic, custava US$ 130.00. Esta foi a melhor (afe) barganha que me apareceu, para se ter uma idéia. Mas a MACY´s compensa na parte de roupas... é mesmo bem boa e nela finalizei quase todos os ítens da "lista familiar".
É... papo sobre "lojinhas" é meio sem graça, eu sei... rs... principalmente quado conduzido por um cara como eu, q não entendo NADA! Mas enfim... dei uma última passada pelo Bayside, por onde passa o ônibus pra Miami Beach... despedida nostálgica, mesmo, hehe... e resolvi caminhar de volta por tooooda a Collins que, lá pros lados da 5th Street, é uma espécie de "Oscar Freire", com muitas lojas de grifes famosas (Levi´s, GAP, Quiksilver, Victoria´s Secret...) em edifícios (isso q é o mais legal) Art Déco (vejam na foto acima o Burger King).
Chegando ao hostel é que tive uma surpresa bizarra. Nem sei se deveria comentar isso aqui neste blog, mas... lá vai: ao abrir a porta do quarto... um cara desconhecido junto com aquele espanhol "meio maluco" de que já falei no começo deste post. Até aí tudo bem, não fosse... o fato de estarem fumando maconha e terem armado, em cima do frigobar, duas carreiras de cocaína. É... respirei fundo e agi como se nada tivesse acontecendo. Os caras arregalaram os olhos... o espanhol tratou de acalmar o seu "amigo" dizendo algo como "tá tudo bem, ele é meu amigo brasileiro... e bla bla bla...". Fui pro meu canto e tratei de me arrumar logo para sair do quarto o quanto antes. Naquela noite, que seria a minha última nos Estados Unidos, haveria jogo do Brasil e eu queria assistir em algum lugar. Aliás, ainda bem que era a última noite... dessa forma pude ser mais paciente com a situação... não haveria por quê mudar de quarto ou coisa do tipo... apenas tinha que sair "pra balada" o quanto antes... já pensou se, por algum acaso, aparecesse a polícia e eu estivesse junto com os "meliantes"??? Até explicar a história...
...pois bem, pior do que ver a cena bizarra foi ter que aguentar o espanhol muito louco e cheirado puxando assuntos sem fim comigo... talvez pra "sentir o terreno" e "se certificar" de que eu não faria nada, não comentaria com ninguém na recepção, ou coisa do tipo. Duas Budweisers depois (e ainda com claridade) fui caminhando "sentido norte" pela Collins. Queria ver com mais calma alguns dos edifícios Art Déco que havia avistado pelo ônibus 120 rumo ao Aventura Mall do dia anterior. Destaque pro Miami Beach Convention Center, um ou outro hotel e umas praças meio diferentes cujos nomes não tomei nota (mas vejam o "Collins Park" na foto abaixo). O engraçado foi, mesmo, ter descoberto, quase sem querer, o prédio da EF. Isso mesmo... entre a Collins Avenue e a praia fica a EF Miami. Inacreditável... BELA localização. Não aguentei... precisei pedir para um aluno, do lado de fora, mesmo, tirar uma foto... no fim das contas iniciamos uma conversa e, quando me dei conta, já estava mostrando minha "Student ID" pro guardinha, que fica na porta... poucos minutos depois lá estava eu, no lounge da escola, junto com outros brasileiros, assistindo ao primeiro tempo de "Brasil x Equador" pela Copa América.
Muito legal a EF de lá. O mesmo edifício da escola serve de residência estudantil para os alunos, complementada por outros dois hotéis. Resultado? "Portaria" da escola 24 horas... o lounge não pára nunca e fica sendo frequentado a todo instante. Pelo tempo que fiquei lá... vi pessoas arrumadas pra balada, e pessoas de bikini/trajes de banho. É... péssimo lugar para se focar nos estudos, excelente lugar para "party every day". Fica a dica...
...com um primeiro tempo xoxo, resolvi desenferrujar um pouco tocando uma ou duas músicas num teclado que tinha no lounge... e no intervalo me mandei de volta em direção ao hostel... parei pra ver o finzinho do jogo numa taqueria que me serviu um burrito de TOFU muito interessante, e aí... não me restaram muitas alternativas senão arrumar minhas duas malas de forma a deixá-las com 32kg cada uma, afinal de contas... no dia seguinte sairia meu voo, e as compras em Miami haviam sim sido um pouquinho volumosas.
14th July, Thursday, Day of the flight
Com malas devidamente arrumadas, tomei o café logo cedo e pontualmente às 9am já estava numa agência do Bank of America para fechar minha conta bancária, algo que não foi possível devido à diferença de fuso horário pra LA, 3 hs atrás. Às 10 "abri" as portas da BestBuy para pegar o tal Blu-Ray player da Panasonic... tudo perfeitamente dentro do plano para fazer o check-out antes das 11am... não fosse uma chuvinha MALA que me segurou na rua (sem táxis, não me pergunte por quê) por meia hora. Busquei "abrigo" em frente a uma das lojas de que falei ("Oscar Freire" Art Déco) e vi uma cena bizarra que ganharia um Oscar das Vídeo-Cassetadas do Faustão. Um cara marombado todo fortão e cheio de marra estacionou seu carro com uma bela mulher acompanhando-o. A mesma se mandou pra dentro da loja com seu guarda-chuva enquanto o fortão cuidava do parkímetro. O mesmo resolveu então pular uma poça d´água... e, CLARO, quando "pouso" sobre o piso molhado... escorregou até parar na escada de entrada da loja. Coitado. Calça e camisas sujas e toda a pose desmantelada, substituída por um sorrisinho sem graça. Como eu não estava afim de apanhar, tive que segurar a gargalhada (me desculpem... não que eu goste de rir da tragédia alheia... mas vejam bem... o cara não se machucou não... foi o tipo de tombo CÔMICO, mesmo... assistido AO VIVO da PRIMEIRA FILEIRA!). A garoa já estava bem fina, voltei pro hostel... check-out e novamente eu pegava o bus 150, desta vez no sentido inverso...
O AEROPORTO
Óbvio que minha viagem teria emoções até o finziiiiiinho. E por isso mesmo eu tive a precaução de chegar com razoável antecedência (não tanta qto no McCarran) para fazer o check-in e eventuais "rearranjos de bagagem" a tempo. Com uma mala pesando 34kg e a outra 28... SUSSA, a Aeromexico considerou o peso "combinado", sem eu ter que fazer "redistribuições (fica a dica... nem toda cia. aérea faz isso). Mas aí veio a surpresa que me pegou desprevenido. A mocinha pediu para PESAR minha bagagem de mão, que continha praticamente TODOS os livros da EF. 25kg... o permitido era 12. É... eu teria q despachá-la por US$ 75.00. Eu falei então que retiraria livros de forma a deixá-la com a metade do peso, e os reenviaria pelo correio. Depois que um moço me viu fazendo isso... ele resolveu fazer o check-in gratuito da mala... NADA MAL!
Ruim mesmo foi ter que mudar de avião na Cidade do México. Como a Cia. é mexicana (e não brasileira ou estadosunidense), não pode fazer voos diretos entre EUA e Brasil. Mas a sacanagem é ter que sair da área de embarque, passar pela IMIGRAÇÃO, "BAGGAGE CLAIM", ALFÂNDEGA, e SEGURANÇA na cidade asteca!!! Que bom que havia uma boa margem de segurança... até porque a fila estava GIGANTESCA! Veja...
Inda deu tempo de fazer aquisições etílicas (tequilas e Captain Morgan) no Free Shop. Poucas horas depois eu já pousava em Guarulhos. E o
desfecho da história... vocês já sabem como foi.
Escrito entre Miami e São Paulo, postando em São Paulo um mês depois