30 de Março, última dia de Bluesfest pra mim. Sem vans do Arts Factory Lodge, de novo, tive que caminhar até o terminal de ônibus, não sem antes reclamar na recepção, e recebendo a sugestão - que até pareceu irônica - de chamarem um táxi. Moving on... parei no ALDI para comprar a boa e velha - e já comentada - bolachinha de arroz com seaweed e hommus-dip na mochila para me sustentar durante o festival.
...chegando ao Bluesfest, guiado pela voz do Plant, segui para o mesmo portão que havia entrado no dia anterior. Fui barrado, mostrei a pulseira. Só aí entendi por quê um dia antes eu havia passado SEM revista e pego a passagem de som: aquele portão era só do STAFF. Rs... mesmo sem querer, tive sorte na véspera... sorte que não se repetiu. Por pouco não peguei a passagem de som de ninguém menos que Robert Plant, cuja voz fiquei escutando de fora, mesmo, até que o portão se abrisse para o público em geral.
1) Genevieve Chadwick - Uma das belíssimas surpresas de artistas "desconhecidos" que escolhemos por meio do programa do festival. Na sinopse faziam menção a influência de Janis Joplin. Na boa, ela CANTA MUITO. Ela é MUITO foda e versáril. Canta bem demais, mesclando sutileza e força, manda muito bem no violão, parece ter inspiração de Jimmy Page, impecável tanto no blues "mais rápido" quando "mais devagar". Até publiquei um vídeo no youtube, de "Smell The Rain" - http://www.youtube.com/watch?v=eod7a6XwsOk. Fiquei até refletindo depois... o que será que o povo viu em Paula Fernandes? Rs... o Brasil deveria ter cantoras muito mais talentosas no mainstream... pois hoje a austrliana Genevieve é superior a todas elas. Conheçam sua música!
2) King Cannons - Som muito agradável, uma espécie de "Rockabilly modernoso". O vocalista parece um cara dos anos 60, mas contemporâneo, rs... visualzão com camisa pra dentro contrastando com tatuagens, inclusive no rosto... e penteia o cabelo no meio do show. O som é muito agradável e diferente, às vezes um pouco mais pesado, mas sempre com um drive a la anos 60. Pesquisem e escutem seu som!
3) SOJA - Soldiers of Jah Army. Mesmo esperando um ótimo som, superou minhas expectativas. É um reggae meio "contemporâneo", com novas sonoridades, arranjos bem trabalhados estrapolando um pouco o mais tradicional. É um reggae um pouco mais "pop", no bom sentido. O baixista é MUITO bom, dança engraçado no palco e canta algumas músicas com voz bem pro grave. O trompetista também é fera, chega a tirar som d´uma concha do mar. LEGAL!
4) Grace Potter and the Nocturnals - A Grace é mesmo muito boa tecnicamente, toca guitarra muito bem, e também Hammond. Apesar de uma performance um pouco fake coreografada no começo do show, ela põe a alma pra fora em algumas músicas, principalmente em "Stars" e quando toca Piano & Voz. A banda é toda muito boa... chama a atenção um "solo em conjunto" de bateria, rs... em que todo mundo - inclusive a Grace - pega baquetas e começa a batucar na mesma bateria, junto (obviamente) com o baterista. O baixista ainda lembra um pouco o Jimi Hendrix, o guitarrista e baterista usam óculos escuros em plena luz do dia, hehe. Depois ainda rolaria sessão de autógrafos na loja de discos (depois de Soja, por sinal), mas fui mesmo passar o tempo vendo outros shows.
5) Sweet Honey - Consegui pegar duas músicas. É um grupo vocal formado por 6 mulheres (5 cantoras, uma "intérprete"). Além da afinação, chamou muito a atenção para uma integrante do grupo que "canta" por meio de linguagem gestual - creio eu que LIBRA - para surdos.
6) Playin´ For Change - É uma espécie de "dream team" de vários músicos renomados em prol de um projeto que leva escolas de músicas para localidades pobres para desenvolvimento cultural e social, etc... de fato, músicos muito bons, show legal. O ponto alto, além de umagostosa das cantoras, foi a peformance de "One Love" (terceira menção a Bob Marley que eu vi no festival)... e também o fato de o baixista ser IGUAL ao Away Nilzer, hehe. Saí um pouquinho antes do fim para pegar o show do Status Quo.
6) Playin´ For Change - É uma espécie de "dream team" de vários músicos renomados em prol de um projeto que leva escolas de músicas para localidades pobres para desenvolvimento cultural e social, etc... de fato, músicos muito bons, show legal. O ponto alto, além de uma
7) Status Quo - LEGAL. Puta sonzeira. Puro Rock´n Roll. Clássico. Sem comentários. Highlights em Down Down e Rockin´ All Over the World. Saí também um pouquinho antes para ver Jon Anderson no Lotus Palace.

9) Blind Boys of Alabama - Assim que terminou o show do Jon Anderson saí correndo para o Mojo no intuito de assistir ao show do Robert Plant. Fui tão rápido (em maio a poças d´água e lama) que cheguei a pegar a última música e o BIS dos Blind Boys of Alabama. Excelente versão de Higher Ground, do Stevie Wonder. Como o próprio nome diz, é um grupo formado por músicos cegos. Talentosíssimos!
10) Robert Plant Presents Sensational Space Shifters - INESQUECÍVEL. O show, ao que tudo indica, é da mesma turnê dos dois realizados em São Paulo (Espaço das Américas) no final do ano passado. Por isso mesmo, é um pouco parecido... exceto pelo fato de acontecer no BLUESFEST em Byron Bay! A atmosfera que envolve o festival visivelmente influencia os músico... não é um show qualquer! Além disso, tenho quase certeza de que pelo menos 2 novidades no repertório: a inclusão de mais 2 músicas do Led Zeppelin - "What Is And What Should Never Be" e "Heartbreaker". Em meio a Wholo Lotta Love, Black Dog, Rock´n Roll e tantos outros sucessos, Plant interagiu mais com a platéia, também um pouco no estilo "Story Tellers". Foi muito legal quando ele disse algo como "What time is it? I think my firend Iggy Pop will step on the stage... so let´s move and watch him play". Enfim... em 2 anos, foi o meu quarto show do Robert Plant: 1 em Los Angeles e 2 em São Paulo. Ver Plant NUNCA é demais... e sinto muitas saudades do maravilhoso show de 1996 ao lado de Jimmy Page em pleno Hollywood Rock no Estádio do Pacaembú.
11) Iggy Pop and The Stooges - Milagrosamente, após uma correria insana da frente da platéia do Mojo Stage, consegui chegar à frente da platéia do Crossroads Stage a tempo de pegar a última música de Iggy Pop. Uma pena "entrar no bonde andando", rs... todo mundo loucaço e eu ainda me sintonizando na vibe do show... rs... Iggy é mesmo MUITO LOKO! (no bom sentido, claro). E que saúde! Bão... não posso perder uma próxima eventual oportunidade de assisti-lo.
Bateu uma tristeza quando tive que entrar na fila para o ônibus... haveria ainda dois dias de festival, mas eu não iria... dei um azar e a "Maldição das 3 meninas uníssonas" se repetiu. Explico: um dia antes, durante a fila e (insuportavelmente) no mesmo ônibus que peguei, fiquei escutando o canto uníssono de 3 teenagers irritantes... é difícil explicar, mas pareciam zumbis cantando, irritante mas ao mesmo tempo engraçado... sempre começavam com Valerie... enfim. O ônibus saiu à 1:40... chegamos em Byron Bay às 2, e tive que caminhar até o hostel.
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