O transporte de ônibus foi eficiente e cheguei ao local do Bluesfest pouco depois das 2 da tarde. Voucher da compra trocado, pulseira na mão. Neste primeiro dia, a programação dos shows começaria às 16hs, então eu tive um bom tempo para explorar o espaço todo. Há muitas opções de alimentação... comidas típicas de diversos países, até mesmo do Brasil! E além das duas grandes lojas - de merchandising do evento e de CDs, que por sinal contava com sessões diárias de autógrafos de alguns dos artistas do festival - havia inúmeras lojinhas menores com diversos produtos. Não me lembro de notar nenhuma grande loja ou restaurante famosos de grandes redes... talvez o foco fosse mesmo um pouco "independente" até mesmo para isso.
Quanto aos palcos, havia 2 tendas de palcos principais - MOJO, com 12 pilares, e CROSSROADS, com 10 pilares; 2 tendas secundárias - JAMBALAYA e APRA; 2 espaços menores, mais intimistas - CAVANBAH e LOTUS PALACE. Bom... daria pra ficar elogiando a estrutura até amanhã, rs... mas vou deixar um pouco deste assunto para o próximo post. Vamos falar um pouco da música, que é o que mais interessa!
1) William Elliot Whitmore - Abriu o festival, primeira atração do palco Crossroads. Artista solo blueseiro, somente ele e um violão - O cara toda MUITO. A música que mais me chamou a atenção foi "I´m digging my grave". Além disso ele é um cara gente boa e humilde, desceu do palco para cumprimetar o público, literalmente, apertando a mão das pessoas que estavam junto à grade. Segundo ele mesmo, gosta de cantar com gente em volta. No meio do show ele tomou um whisky, depois uma breja e fez piadas com o tempo do show - "10 minutess? Now I have one song. Oh, he told me 2 songs"!
No festival chama a atenção a idade. A imensa maioria é de gente mais velha. BEM mais velha. 50, 60, talvez mais. Parecem hippies... parecem participantes do Woodstock. Aliás, acho que o Bluesfest é o mais próximo que já cheguei de um Woodstock! A atmosfera, a vibe, é muito boa...


3) Couting Crows - A primeira música foi impressionante. "Private Archipelado". Confesso que não a conhecia, mas o banho de interpretação do vocalista, com tamanha eloquência dramática foi de tirar o fôlego e de impressionar. O show em si é bem cênico. Em seguida vieram outras "baladinhas" na mesma onda. Tenho que admitir: com o tempo, o ritmo e a dinâmica ficam um pouco devagar... e o fato de não terem tocado Mr. Jones me deixou um pouco frustrado. Mas mesmo assim é um baita show, recomendo.
4) Jason Mraz - Sem dúvida uma grande surpresa para mim. Sua apresentação engloba, mas não se restringe ao hoje hit (amanhã certamente um clássico) "I´M YOURS". O cara é música pura, com uma voz limpa, afinada, bonita e diferenciada, e uma generosidade que o faz nem parecer um artista solo. No palco brilham também cada um dos músicos que o suportam. Humilde, dá espaço a todos. Além disso, sua percussionista é MUITO foda. Canta e toda DEMAIS. Pra mim o "dueto" entre eles foi o grande ponto alto do show. Ambos dois EXALAM música numa sintonia perfeita. Em determinado momento ela toca com suas baquetas no violão dele e fica muito legal. Este é um show que pretendo assistir de novo, em algum lugar do mundo, COM CERTEZA.
5) Ben Harper & Charlie Musselwhite - Que baita show de BLUES. Aliás, PURO blues. Consegui assistir da grade, bem de pertinho... bem mais legal, dá pra perceber melhor o feeling dos artistas. Por incrível que pareça, não rolou nenhum som pop por parte do Ben. Muita versatilidade. Como bom fã de Led Zeppelin, o ponto alto para mim foi a interpretação instrumental (com slide guitar) do clássico When The Leeve Breaks.
PUTA festival! E isso porque, no primeiro dia, começou somente às 16hs. Nos demais, seria a partir do meio dia, ou seja, o dobro de atrações! Depois da pequena dificuldade que foi enfrentar a IMENSA fila para pegar o ônibus de volta, nem quis saber de outra coisa senão dormir para acordar renovado no dia seguinte. À 1:20 eu já estava no hostel. Baladinhas de Byron Bay que me desculpem, mas o Bluesfest é mesmo imperdível.
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