segunda-feira, 20 de maio de 2013

Últimas 24 horas em Sydney e na Austrália

05.04 - 25o. Dia de Austrália

No começo da tarde eu já desembarcava e pegava o trem do aeroporto pra Sydney. Ao invés de seguir direto pra Manly, desci em Wynyard para dar uma última volta em Darling Harbour, região de que gostei bastante. Pus minha bagagem (de mão) num locker que fica no Sealife (funciona até as 19hs), e fui então conhecer por dentro o THE STAR. É mesmo um cassino muito luxuoso e quase comparável ao Crown, de Melbourne. Ainda assim há pouquíssimas lojas e alguns bares/restaurantes. Os espaços destinados aos jogos são sim no padrão de Vegas, há um teatro em que se apresentam shows/musicais e o bar que mais chamou a atenção foi o "Sports Bar 24/7" que, como o próprio nome diz, funciona 24 horas por dia, não fecha nunca.



Segui caminhando pelo Darling Harbour, descobri o Tumbalong Park, e voltei por Downtown para ir me despedindo aos poucos de Sydney, até chegar ao Circular Quay. Em algum lugar do caminho (acho que Market x Pitt) passei por um artista de rua que estava tocando, curiosamente, "Mr. Jones", a música que ficou faltando no show dos Couting Crows em Byron Bay. Ironia de que o ciclo se completava e fechava, rs... tinha mesmo que voltar para casa.




Fiz minha última comprinha no ALDI: potes de hommus dip e bolachinhas de arroz com seaweed para levar pro Brasil. Comi algo antes de sair para caminhar pelo Corso... ainda tentei "perseguir" uma espécia de castelo iluminado que se destacava no alto do morro... mas desisti. Dei uma última passada pelo PUB do Hotel Steyne antes de dormir. O dia seguinte seria movimentado.

06.04 - FAREWELL - Quem foi que disse que o dia da volta é um dia desperdiçado? Nada disso. Acordei às 5hs da manhã (somente por desencargo de consciência)  para terminar de ajeitar malas, comer uma coisinha e sair às 7hs para fazer a tal trilha de Manly, saindo de Manly Cove até a ponte  "The Spit". A "Manly Scenic Walk" é heterogênea e passa por diversos tipos de paisagem: pequenas praias, falésias, rochedos, mirantes, reservas florestais, e até mesmo um sítio arqueológico aborígene. Alguns pontos principais, na sequência: Fairlight Beach - com sua piscina natural (1), North Harbour Reserve (2), Forty Baskets Beach (3). Depois a trilha passa em meio ao Sydney Harbour National Park, de onde é possível acessar a Reef Beach (4), e se segue por uma longa trilha "no meio do mato", em que se encontra esporadicamente com esportistas fazendo jogging. De lá há vistas maravilhosas de Sydney, desde Manly Cove até os skyscrapers de Downtown. Os dois pontos mais legais são a Crater Cove (5) e a praia de Castle Rock (6).








Depois de Castle Rock a chuva apertou um pouco e tive que acelerar o passo, tanto pra fugir da mesma quanto pra não me atrasar em relação ao horário do voo. Depois de longa caminhada - uma parte pela rua - a praia seguinte em que cheguei foi a Clontarf Beach (1), praticamente "grudada" na praia de Sandy Bay (2), seguida de Fisher Bay (3). A Manly Scenic Walkway chegava ao fim na The Spit Bridge (4), pouco mais de 3 horas depois. 






De lá segui caminhando, mesmo, pelas ruas residenciais de Manly, até chegar na Harvey Norman para arrematar um scanner de slides de AU$ 70 por AU$ 50 - graças a um empenhado vendedor chamado Nesh (#ficaadica, hehehe). Passei ainda - sem querer - pelo cemitério antes de chegar a Manly Beach para me despedir. Talvez pela chuvinha, o mar estava animado e havia muitos surfistas. Comprei meus últimos souvenirs nas lojinhas do Corso e segui para buscar minhas malas e ir pro aeroporto.



No aeroporto, verifiquei como se faz o tax refund: ele só serve para compras de mercadorias (serviços não) cuja nota fiscal (de um único ítem ou vários combinados) exceda um certo valor (que infelizmente não me lembro ao certo... algo como AU$ 300). Não há muita fila e o crédito é feito na hora, num posto que fica na área de embarque, ao lado do Free Shop. Enfim... voo tranquilo de Sydney a Buenos Aires, com Hitchcock na tela coletiva. A tripulação, dessa vez, regulou a cerveja e o vinho, o que me deu certa dificuldade para dormir. Assim como na ida, um pequeno avião da Austral com 4 poltronas por fileira fez o trecho Buenos Aires - Guarulhos. Fim da linha.

IMPRESSÕES DA AUSTRÁLIA E DE SYDNEY - Dizem que o Brasil tem sido a sexta ou sétima "economia do mundo" por ter um PIB de mais de US$ 2 trilhões. Sempre suspeitei um pouco desses números... afinal de contas, temos uma população de 200 milhões de habitantes, bem maior do que qualquer "concorrente" europeu. Acredito que o PIB per capita faria mais sentido numa comparação... mas disso o governo e a mídia preferem se esquecer. Talvez por trás disso esteja uma forte impressão minha sobre a Austrália: é um país mais rico e com distribuição de renda mais igualitária. Menos "PIB" e mais "IDH".

Ao longo da viagem, conheci brasileiros que ganham a vida trabalhando como faxineiros. Os encontrei em meio a aeroportos, hotéis, passeios turísticos, corrida de Fórmula 1. Sim. Faxineiros têm pleno acesso ao lazer, turismo, cultura. Segundo um deles, ganham em torno de AU$ 22/hora. Conversando com um outro amigo meu, executivo de empresa de TI, surgiu uma reflexão... o salário do diretor de uma empresa é quantas vezes maior do que o salário de alguém na base de sua hierarquia? Segundo ele, uma grossa estimativa seria de 5, 6 vezes na Austrália. No Brasil, certamente passa de 40, 50. Não sejamos hipócritas, realmente acho que de fato um diretor de empresa deva receber salários maiores devido ao cargo que ocupa, principalmente levando-se em conta responsabilidades e estudos inerentes a ele. Mas que a discrepância não seja tão absurda como no Brasil.

Outra situação interessante que ilustrou bem essa conversa foi quando este meu amigo precisou desentupir um ralo (ou coisa que o valha). Ligou para a empresa e, para a sua surpresa, foi atendido por uma deliciosa linda australiana "de shortinho e top", bronzeada, malhada e extremamente educada. Provavelmente surfista. Na Austrália há diversas opções de lazer gratuitas, acessíveis, inclusivas. Não é preciso ter muito dinheiro para desfrutar da vida. Há praias, piscinas públicas, calçadões, parques, trilhas, lagos. Provavelmente há ambição entre os profissionais de diversos níveis hierárquicos e profissões, mas, ao que tudo indica, pouca ganância. Jornadas de trabalho humanas... reparei que é um povo que GOSTA de um happy-hour. Eles estão por todas as partes das cidades em todos os dias de semana depois das 5, 6 da tarde. Geralmente em espaços públicos, ou abertos... executivos de paletó misturados a estudantes, surfistas, mochileiros, torcedores de algum time de algum esporte. Sem "camarote".

Dá pra perceber que o estilo de vida australiano é bem "enjoy your life"... menos status, menos ostentação, menos desespero por exclusividade, menos "cultura VIP". Pra quê alugar buffets infantis com manobristas na porta e decorações suntuosas se você pode levar a criançada pra festejar um aniversário num parque seguro com lagos, árvores e playground, a céu aberto e ar puro? Pra quê encher condomínios de "espaço gourmet", academia disso e daquilo, se as ruas são seguras, os bares numerosos e acessíveis, e há piscinas públicas, praias, ciclovias? Pra quê "lista VIP" se os pubs são gratuitos, muitas vezes com música ao vivo e frequentados por gostosas pessoas que estão lá mais pra beber e aproveitar a vida do que "posar de bacana"? Sem dúvida alguma a Austrália - um país que não está entre as 10 maiores economias do mundo - tem muitas lições a nos dar sobre uma sociedade rica, civilizada, com um estilo de vida nada hostil em que as pessoas podem conviver de forma mais saudável umas com as outras e aproveitarem o que as cidades têm a oferecer. Lá, a vida parece "render" mais, "durar" mais. Recomendo fortemente que, em algum momento de sua existência, dedique algumas semanas para conhecer este belo país. E não me culpe se decidir não voltar mais para o Brasil.

sábado, 18 de maio de 2013

3 days in BRISBANE

02.04, Terça-feira, 22o. Dia de Austrália.

Checkout feito e embarque no Greyhound que saiu pontualmente de Bryon Bay, ainda passei por Gold Coast inteira pela GC Highway até pegarmos a M1 (também conhecida como Pacific Motorway), a rodovia dos parques temáticos, até chegar em Brisbane ainda antes das 15hs. Tempo suficiente para percorrer  as duas quadras que separam a Roma Street Station da ilustríssima Tank Street para deixar as maladas no Evolution Apartments e sair para caminhar até que meu caríssimo anfitrião chegasse para fazer o check-in.


Em frente ao Apart Hotel já começa a passarela de pedestres/ciclistas - Kurilpa Bridge - que cruza o Brisbane River para o lado de Southbank. As vistas dela já são belíssimas! Brisbane é mesmo uma cidade muito bela que, a exemplo de Melbourne, aproveita bem o Rio, integrando-o à cidade, e não como obstáculo.




A primeira parada foi no GOMA - Gallery of Modern Art, em que fui abençoado com a tal "APT7 - The 77th Asia Pacific Triennial of Contemporary Art", totalmente free. Chamaram a atenção os "quadros gigantes", surreais e megacoloridos de Raqib Shaw, a instalação "Fukushima Esperanto 2012" de Tadasu Takamine, e outras maluquices que só a Arte Contemporâne é capaz de nos mostrar, hehe




Antes de pegar a Victoria Bridge para fazer o caminho de volta, ainda passei pelo Performing Arts Complex, que reúne teatros, museu, um conservatório, cafés, etc...



A ponte "desemboca" em plena Brisbane Square. De um lado, o tradicional Treasury Casino e, seguindo em frente, o calçadão da Queen Street que reúne diversas opções de comércio, alimentação, galerias, etc... parei no Subway para matar a fome rapidamente até voltar pro apê, não sem antes pegar uma sixpack numa liquor Store próxima do Evolution. Para minha surpresa, a reserva era no 30o. andar!! Poder brindar com meu caríssimo anfitrião vendo o sunset lá do alto foi mesmo muito bom. Ainda pudemos saborear deliciosos Pints no PUB "Irishi Murphy´s" com nossas amigas de Brunei e Malásia.




03.04, Quarta-Feira - Acordei e fui logo conferir a Queensland Art Gallery, também no Southbank. Seu acervo é riquíssimo, tanto de arte asiática quando européia, provavelmente desde a Idade Média. Pelo caminho, chamam a atenção Picasso, Rodin, Gauguin, Renoir, Pissarro, Degas, John Russell. Também sotei muito de quadros de Arte Colonial na Austrália, por mostrar como eram regiões hoje conhecidas e visitadas na época em que estavam começando a ser ocupadas. Também chama a atenção as legendas "For Kids", presentes em diversas obras: uma espécie de "explicação simplificada" e BEM didática sobre o a obra, o autor, ou o estilo/contexto histórico para se entender sua importância e significado. Confesso que, em muitos casos, preferi a explicação "For Kids" do que a normal, hehe







Encontrei minha querida amiga brazuca Marjory para almoçarmos na Brisbane Square. Kebab de Fallafell, devidamente vegetariano, para sustentar minha caminhada pela Southbank. Passei pela Roda Gigante (1) , pelos studios da ABC (2) e tantos outros pontos de interesse até chegar à praia Artificial "Street Beach" (3, 4). Sem comentários! Serviço aberto ao PÚBLICO e de ALTA qualidade, com salva vidas, sem MUVUCA, com uso vicilizado. 




Em seguida cruzei a Goodwill Bridge para continuar a caminhada na várzea do outro lado, pelo Botanic Garden. Ela com uns "mangues" e termina na região "Riverside", com  uma bonita vista das marinas, da Story Bridge e diversos skyscrapers, em especial o Soleil, que mais chama a atenção.





Essa região mais central de Brisbane não é muito grande, então andando um pouco, passando pela Catedral Anglicana (1), Central Station (2), Anzac Square já se chega ao centro. Descobri um Coles, comprei um macarrão e pudemos jantar com a vista maravilhosa devidamente acompanhada um sixpack. Belo esquenta pra baladinha no Down Under e um breve reencontro com minha amiga colombiana, a Maria Fernanda, que, por sinal, estava trabalhando em frente ao apê, no "Santos Building".




04.04, Quinta-Feira - Último dia em Brisbane.

A maratona Gold Coast-Byron Bay-Brisbane não tava mole não, então a princípio eu ia fazer um programa mais "light"... comecei visitando o Queensland Museum (que fica no conjunto do Performing Arts), que tem mais cara de museu de ciências... voltado principalmente pr´um público um pouco mais infantil. Mas é legal! Do lado da Grey Street, o museu fica em frente à JMC Academy, cujos anúncios eu havia visto ainda em Sydney, sobre cursos ligados a Entertainment Business. Fui lá visitar e pegar umas brochures.




Cruzei então a Victoria Bridge e fui conhecer o Treasury Casino enquanto caía uma leve chuvinha. O edifício é antigo, e a minha primeira impressão é de que não foi projetado para este uso. Há muitos caça-níqueis ditribuídos por salas e cômodos labirínticos... faltam grandes áreas de mesas de jogos e aquelas ambientações/decorações exuberantes típicas dos cassinos mais modernos. Talvez o edifício seja tombado. Enfim... depois de muito andar, enquanto procurava a saída, acabei me deparando com um salão principal (com cara de pátio) interno, esse sim, razoavelmente amplo e com pé direito triplo. Ainda assim, não lembra nem de perto o padrão de Las Vegas, que é voltado também para o entretenimento. Há muitas pessoas mais velhas, sentadas principalmente nos caça-níqueis.



Passeei um pouco pelo centro, pela Queen Street, entrando e saindo de lojas/galerias, até descobrir a tal Harvey Norman. É praticamente uma BESTBUY da Austrália. Grande diversidade de produtos eletrônicos, a preços MUITO bons. Uma pena eu não ter como levar tanta coisa com a carry-on bag no voo... mas certamente daria um jeito de visitar uma filial em Sydney. Enfim... ainda era cedo e decidi então voltar pras redondezas do Evolution e visitar um ponto que chamava a tenção no mapa - Roma Street Park. Caminhei por ele inteiro. MUITO legal. Fica do lado da ferrovia, com jardins, flores, lagos, gramados, diversos espaços... é bonito, vale a pena! Sua saída é perto da King George Square, de onde voltei correndo pro apê pra tentar pegar ainda uma piscininha com sol.






Novamente recebemos uma boa dica e a "balada do dia" (cada dia da semana tem um lugar que "bomba") era no The Victory. O lugar é legal. No começo da noite um cara que parece o Leôncio, do Pica Pau, agita a galera com um som no formato "banda de um homem só". Tem uma competição bizarra de dança enquanto a balada vai enchendo, regada a jarras de breja a AU$ 8,00. Brisbane é uma cidade que tem muitos estudantes... logo conheci minha nova amiga germano-brazuca Tanja, com suas colegas intercambistas asiáticas e suíças.


05.04 - Back to Sydney - Acordei cedo por milagre e consegui pegar o ônibus pra Gold Coast a tempo. Deu certo e me deixou em frente ao aeroporto com tempo suficiente de ir pra área de embarque - dessa vez havia experimentado o check-in online, pelo qual já imprimimos inclusive nosso cartão de embarque e vamos direto pro portão, sem nem sequer pesar a bagagem de mão. A Jetstar se mostrou um pouco mão de vaca...  fizemos o embarque "por fora", sem aquele tunelzinho, com garoa rolando e tudo o mais. Em 1 hora e meia estaria em Sydney, pela última vez, tristemente me preparando para o retorno ao Brasil.